Seminário debate segurança veicular e Regime Automotivo

O Seminário sobre Segurança Veicular Brasil-Suécia, realizado na sexta-feira (18), colocou em debate o Regime Automotivo, o Inovar-Auto, do Governo Federal e os esforços e as oportunidades para fortalecer as cadeias industriais no país.

A iniciativa da discussão é da Prefeitura de São Bernardo do Campo, do Instituto Mauá de Tecnologia e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e do CISB (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro).

“Estamos em um momento importante para o Brasil, no meio de um regime automotivo que impulsiona e fortalece as questões relacionadas à indústria nacional. Até 2017, teremos mais 11 montadoras de carros, caminhões e ônibus no Brasil. É o momento de discutir que carro queremos circulando nas ruas e qual o padrão de locomoção das pessoas e do transporte coletivo”, afirmou o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Dentro do debate sobre segurança veicular e a criação de laboratórios ligados às instituições de ensino, Marques também falou sobre a possibilidade de ter uma montadora nacional. “Acho que estamos no caminho de ter uma montadora nacional. É uma indústria importante, a que mais emprega, que paga os melhores salários e tem os melhores acordos trabalhistas no Brasil”, disse. 

O presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, afirmou que estudos do Denatran, IPEA e ANTP indicam o custo anual de R$ 30 milhões por ano com acidentes em rodovias e cidades brasileiras. “Pensar na segurança veicular para pensar a segurança das pessoas é fundamental. A região tem forte densidade institucional, produção e inteligência no setor automotivo. Buscamos um processo de sinergia que busca agregar valor, competitividade e segurança com o laboratório de crash test”, disse.

Marinho também ressaltou a contradição da legislação atual, que aponta para a aposentadoria de alguns modelos de veículos, como é o caso da Kombi. “Estive esta semana com o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para reivindicar um período de transição maior para esse produto. Estamos pensando em mil trabalhadores diretos da Volks e mais três mil trabalhadores da cadeia produtiva da região. Pedimos bom senso na negociação estabelecendo um período de 2 ou 3 anos para o novo produto”, defendeu. 

Crash test – O superintendente de Planejamento e Desenvolvimento do Instituto Mauá de Tecnologia, Fábio Bordin, apresentou o projeto para a implantação do primeiro centro independente do Brasil para certificação, prestação de serviços e desenvolvimento de pesquisa em segurança veicular e mobilidade, incluindo a colisão de veículos (crash test).

“O Brasil é o quarto mercado consumidor e o sexto maior produtor mundial de automóveis. O país não vai ser competitivo se não agregar tecnologia. Pretendemos que seja um dos centros mais avançados do mundo”, afirmou.

O projeto está inserido nas diretrizes do programa Inovar-Auto do Governo Federal. O laboratório deverá ser instalado no futuro Parque Tecnológico de São Bernardo do Campo com toda a estrutura acreditada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

O seminário reuniu especialistas brasileiros e suecos das principais entidades do segmento automotivo nacional e internacional. O evento é resultado do protocolo de intenções assinado em 15 de agosto pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e pelo superintendente geral do Instituto Mauá de Tecnologia, Paulo Sérgio Colli Bógus.

Ouça aqui o depoimento do presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC