Famílias brasileiras aumentam acesso a casa própria, indica IBGE

As famílias brasileiras aumentaram seu acesso à casa própria, redes coletoras de esgoto e lixo e iluminação elétrica em 2012. É o que mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O universo da pesquisa abrange amostra de 147 mil domicílios. 

No ano passado, o número de domicílios particulares permanentes no país foi estimado em 62,8 milhões – 2,5% superior ao apurado no ano anterior. Desse total, 74,8% eram próprios (ou 46,97 milhões de imóveis), mesmo percentual registrado em 2011. No entanto, o instituto chamou atenção para o fato de que houve um acréscimo no número de domicílios investigados em 2012 ante 2011. Embora o percentual tenha permanecido o mesmo, em números absolutos, o que ocorreu foi um acréscimo de 1,2 milhão de casas próprias, no período. Esse cenário pode ter refletido o programa “Minha Casa Minha Vida”, elaborado pelo governo para facilitar o acesso das famílias à casa própria. 

Também aumentou de 84,6% para 85,4% a parcela de domicílios no total estimado em 2012 que tinham rede geral de abastecimento de água. Em valores absolutos, isso representou um acréscimo de 1,8 milhão de lares com acesso ao serviço em 2012, ante ano anterior. O instituto apurou ainda que subiu de 55% para 57,1% o percentual de domicílios com rede coletora de esgoto. Já a coleta de lixo era um serviço encontrado em 88,8% dos lares do país no ano passado, mesmo percentual encontrado em 2011. No entanto, houve aumento de 99,3% para 99,5% na parcela de domicílios com iluminação elétrica no Brasil.

Famílias com fogão

As famílias brasileiras aumentaram fortemente o consumo de bens duráveis nos últimos anos, e a presença desse tipo de produto nos lares do país continuou a crescer em 2012 – principalmente naqueles que foram beneficiados por algum programa de estímulo do governo.

Segundo o instituto, 98,8% dos lares brasileiros tinham fogão em 2012 – acima de 2011 ( 98,7%) e o mais elevado percentual em vinte anos, ao se comparar dados harmonizados da Pnad divulgada nesta sexta-feira, em relação a levantamentos anteriores. As geladeiras estavam presentes em 97,1% dos domicílios do país, contra parcela de 96,3% em 2011, também o mais elevado percentual desde 1992. No caso de máquina de lavar roupa, o salto foi mais expressivo: a parcela de domicílios com a presença desse item acelerou de 51,6% para 55,8% entre 2011 e 2012, e também alcançou a mais elevada fatia em vinte anos.  Esses três itens foram favorecidos por redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) desde 2009, o que reduziu preços. 

O mesmo ocorreu com a televisão, presente em 97,4% dos lares brasileiros no ano passado, o mais forte percentual em dez anos e acima do apurado em 2011 (97,2%). No caso do microcomputador, esse produto já quase chega a metade dos domicílios do país, presente em 47% do total, em comparação com o percentual de 43,5% registrado em 2011, o mais forte desde 2001, ano em que o instituto começou a perguntar pela presença desse item na Pnad. 

O IBGE investigou ainda a parcela de lares com computadores com acesso à internet, que saltou de 37,1% para 40,9% entre 2011 e 2012, também a mais elevada fatia desde 2001. 

Os dados mostram, no entanto, que duráveis que não tiveram estímulo direto do governo também aumentaram sua presença nos lares brasileiros. O percentual de lares somente com telefone celular passou de 49,8% para 51,4% entre 2011 e 2012, atingindo a metade dos domicílios no país, e registrando a mais elevada parcela também desde 2001. Em números absolutos, houve um acréscimo de 1,8 milhão no número de lares apenas com telefone celular de 2011 para 2012.

Ao detalhar a quantidade de celulares no Brasil, o instituto apurou que, no ano passado, foram contabilizados 122,7 milhões de pessoas com dez anos ou mais de idade que possuíam celular para uso pessoal, 6,3% superior ao observado em 2011 – um acréscimo de 7,2 milhões com aparelho de telefonia móvel. Isso na prática fez com que a fatia de pessoas com celular para uso pessoal, no total de população com 10 anos ou mais de idade, avançasse de 69,1% para 72,7% de 2011 para 2012. 

Além disso, o número de lares com algum tipo de telefone seguiu a tendência dos últimos anos e, de 2011 para 2012, subiu 4,1%  – o que representou um acréscimo de 2,2 milhões de novos domicílios com esse serviço no país, no ano passado. Isso, na prática, fez com que a parcela de domicílios com algum tipo de telefone, dentro do total de domicílios no país, subisse de 89,9% do total em 2011, para 91,2% em 2012.

Do Valor Econômico