Crédito cresceu 45% na Caixa nos últimos doze meses
A Caixa Econômica Federal apresentou no segundo trimestre resultados bem distintos dos três principais concorrentes privados – Itaú, Bradesco e Santander. O lucro cresceu 25% no primeiro semestre, para R$ 2,84 bilhões, a carteira de crédito avançou 44,6% nos 12 meses encerrados em junho e a inadimplência ficou estável.
No Itaú, por exemplo, o lucro semestral recuou 5,6%. No Santander, a queda foi ainda maior: 22,6%. No Bradesco, os ganhos subiram 2,5%. Em relação ao crédito, a projeção mais otimista entre os privados é a do Bradesco, que vê alta entre 14% e 18%.
O ritmo da Caixa é mais de duas vezes superior ao teto do Bradesco. Segundo o presidente da instituição, Jorge Hereda, a expectativa de alta do crédito no ano foi revisada de 33% para 42%. “Estamos expandindo a carteira, mas a nossa taxa de inadimplência está controlada”, frisou.
Na Caixa, o índice de inadimplência terminou o primeiro semestre em 2,04%, abaixo dos bancos privados e da média do sistema financeiro (5,8%).
A alta do crédito é tão expressiva que Hereda voltou a dizer que a Caixa precisará de aporte do governo. “O ministro Guido Mantega (Fazenda) já nos garantiu que a Caixa receberá o aumento de capital necessário para cumprir o seu papel.” O valor será definido ainda em 2012.
A necessidade existe porque a Caixa está perto de estourar os parâmetros do Banco Central para a concessão de crédito – dado pelo chamado Índice de Basileia.
Entre 2008 e 2009, bancos públicos e privados também adotaram estratégias distintas. Na ocasião, o governo sofreu pesadas críticas. Mais tarde, o próprio mercado (por meio da valorização das ações do Banco do Brasil) reconheceu que os públicos estavam certos.
Com informações do O Estado de S. Paulo