Caixa derruba juros para concorrer com bancos privados
Com reduções de até 88% nas taxas, o banco mostra aos concorrentes privados que quer expandir seus negócios

Foto: Reprodução
O governo federal deu o recado e a Caixa Econômica Federal cortou os juros das operações de crédito. Com reduções de até 88% nas taxas, mostrando aos concorrentes privados que quer expandir seus tentáculos para além do crédito habitacional.
Batizado de “Caixa Melhor Crédito”, o pacote tem cortes mais significativos de taxas nas linhas de cheque especial, cartão de crédito e capital de giro (veja quadro).
São modalidades pouco expressivas hoje na carteira de crédito do banco. Do estoque de R$ 252,8 bilhões que a Caixa tinha em dezembro, 57% estavam alocados em financiamentos à habitação. O cartão de crédito somava apenas R$ 3,2 bilhões.
“Nossa intenção é ser o terceiro maior banco brasileiro em concessão de crédito. Hoje somos o quarto”, afirmou Jorge Hereda, presidente da Caixa, banco que fica atrás de Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco no ranking de crédito.
É com mais correntistas que o banco pretende cobrir a redução dos ganhos com as operações de crédito. “Temos margem e estamos dando parte dessa margem a nossos clientes”, discursou Hereda.
Hereda diz não temer que a estratégia do banco piore a qualidade da carteira de crédito do banco. “A inadimplência está sob controle. Não vemos sinal de deterioração”, afirmou o presidente da Caixa.
Para sustentar o novo programa, a Caixa informou que não precisará de mais capital neste ano. “Esse anúncio está dentro das perspectivas que tínhamos para o ano. Vale o que já tínhamos conversado com o Ministério da Fazenda. Não teremos de fazer novos aportes”, disse Hereda.

Veja as vantagens do novo programa de crédito
O metalúrgico Zé Maria acumula dívidas de R$ 5.000,00 no cartão de crédito. Com seu salário de R$ 1.850,00, ele precisa cobrir as despesas de alimentação, água, luz e gás e reservar R$ 250,00 para uma eventual emergência.
Feito isso, lhe resta apenas R$ 400,00 para sua dívida. Após o pagamento, o saldo devedor do trabalhador passa a R$ 4.600,00.
Se ele não tiver nenhum novo gasto neste período, a fatura do mês seguinte será de R$ R$ 4.600,00 x 2% (multa) x 13,95% (taxa de juros cartão de crédito Bradesco).
O resultado é R$ 5.346,50 Ou seja, a dívida do Zé Maria vira uma verdadeira “bola de neve”. Quanto mais rola, mais cresce.
Para sair dessa enrascada, o companheiro decide corretamente liquidar a dívida recorrendo a um empréstimo que aumente seu prazo de pagamento e reduza a taxa de juros.
É nesse momento que o programa de redução das taxas de juros com condições especiais da Caixa Econômica Federal mostra suas vantagens.
Zé Maria procura então dois bancos, uma agencia da Caixa Econômica Federal e outra de algum dos três grandes bancos privados – Bradesco, HSBC ou Itaú, que cobram taxas parecidas. Escolheu o Bradesco e se deparou com as condições abaixo.
O trabalhador, que não é bobo nem nada, tratou de transferir sua conta salário para a Caixa Econômica, onde consegue o empréstimo de R$ 5.000,00 com taxas bem menores e agora está atento para não se enrolar novamente. E você, vai avaliar onde movimentar seu dinheiro?

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