Empresários brasileiros investem pouco em inovação tecnológica

Os investimentos em inovações  tecnológicas pelos empresários brasileiros estão aquém do desejado. A informação é do presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), o bioquímico Jorge Almeida Guimarães, que compartilhou sua opinião durante a 63ª SBPC (Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) na capital goiana.

Para ele, a atuação do setor não tem sido apenas ´mínima´, mas ´ridiculamente baixa´ e as razões para tal afirmação podem ser observadas no atual panorama dos investimentos realizados no Brasil. “Apesar das empresas terem nas patentes uma das principais fontes de inovação para a economia moderna ainda são muitas as que não executam tais procedimento em função da estrutura familiar de algumas indústrias”, esclarece.

As patentes não só asseguram o faturamento das empresas, mas também favorecem a comercialização direta dos produtos. Lembrando que muitas vezes a remuneração paga aos inventores pode ser fonte de melhorias nos laboratórios de desenvolvimento.

Fontes de inovação
Segundo Guimarães, a situação tem feito com que as universidades se tornem importantes fontes de inovação e favoreçam a criação de empresas encubadoras de tecnologia.

A expectativa é que o programa Brasil sem Fronteiras, prestes a ser lançado pelo governo, auxilie neste processo de desenvolvimento. Além disso, a Capes e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) devem ajudar o setor: em quatro anos, deverão custear, juntos, cerca de 75 mil bolsas no exterior para a área de tecnologia, especialmente engenharia.

Investimentos mundiais
Os dados do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) apontam que as empresas norte-americanas investem cerca de 1,86% do PIB (Produto Interno Bruto), contra 0,75% do governo. Na Coreia, 2,46% são provenientes da iniciativa privada e 0,86%, do estado. A maior diferença, entretanto, fica com o Japão, onde 2,68% dos investimentos vêm das empresas e apenas 0,54%, do governo.

De acordo com a Agência Brasil, os investimentos do governo japonês são proporcionais aos realizados pelo governo brasileiro, com a diferença de que, aqui, a iniciativa privada contribui com apenas 0,57% (incluído aí os gastos da Petrobras e de outras estatais).

Do InfoMoney