Empresários brasileiros planejam contratar mais em 2011

Ranking revela que Brasil é o quinto país mais otimista com relação aos níveis de emprego; clima de pessimismo prevalece na UE

O Brasil é o quinto país mais otimista com relação aos níveis de emprego em 2011, segundo pesquisa realizada pela consultoria Grant Thornton. Com um cenário mais favorável para rentabilidade e investimentos, 62% dos empresários entrevistados prevêem aumentar as contratações em 2011. O primeiro lugar fica com Vietnã (78%), seguido por Índia (77%), Turquia (67%) e Chile (65%). Na América Latina, o otimismo chega a 56%.

“Temos um cenário bastante positivo para o Brasil. Vemos as perspectivas de aumento de investimentos, em especial em máquinas e equipamentos, o que contribui para gerar mais empregos e renda. Com isso, a demanda interna fica cada vez mais aquecida, com destaque para o aumento de consumo das classes C e D”, diz Madeleine J. Blankenstein, sócia da Grant Thornton Brasil.

O clima de otimismo no País destoa do cenário mundial – apenas 29% do empresariado acredita em melhora no mercado de trabalho. Os mais pessimistas são Grécia (-17%), Irlanda (-14%) e Espanha (-5%), países que têm sido duramente atingidos pela crise na zona do euro. Ao todo, a União Europeia é a região menos otimista (17%) do mundo.

Os brasileiros também estão mais otimistas que a média mundial com relação a perspectivas para renda, rentabilidade e investimentos. Segundo a Grant Thornton, 81% dos entrevistados esperam aumento de renda em 2011, em relação à média global de 56%. Com relação à rentabilidade, 71% dos brasileiros esperam ganhos maiores, ante 40% dos empresários no mundo.

Outro destaque são os investimentos em máquinas e equipamentos – 66% dos brasileiros planejam aumentar aportes nesse setor, contra média mundial de 35%. As perspectivas para investimentos em edifícios novos também é maior entre os brasileiros – 34% dos entrevistados vão aplicar recursos em novas instalações para suas empresas, ante 16% no mundo.

O otimismo dos brasileiros só não é maior que a média global com relação às exportações. Enquanto apenas 14% dos empresários locais esperam aumentar as vendas externas em 2011, 22% do total global dos entrevistados vê crescimento nessa área.

O resultado, na avaliação da sócia da Grant Thornton Brasil, reflete a desvalorização do dólar ante o real. “O volume de exportações não deve aumentar muito, embora com a alta das commodities as receitas devem ser maiores. Já o que vemos em outros países é um esforço para impulsionar ao máximo as exportações, como forma de retomar o crescimento da economia”, diz Blankenstein.

Do iG Economia