Economia atual impulsiona confiança do consumidor, nota FGV

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu em novembro o ponto mais alto da série histórica, iniciada em 2005. Após nove meses consecutivos em alta, o ICC alcançou os 125,4 pontos, com elevação de 2,7% em relação a outubro, de acordo com medição realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O que impulsionou o índice foi a avaliação da economia atual (ISA), que registra melhora há oito meses consecutivos e avançou 4,5% em relação ao mês passado ao atingir os 147,5 pontos. Nas quatro faixas de renda analisadas, a avaliação da economia atual teve melhora de indicadores. Mas as expectativas para os próximos meses melhoraram nas classes mais baixas e pioraram nas classes mais altas.

De acordo com o economista da FGV, Aloísio Campelo, o fim do período eleitoral pode ter tido alguma influência sobre a percepção principalmente entre as faixas de renda mais baixas, com a indicação de contionuidade da política que já vinha sendo adotada, favorável aos mais pobres.  No entanto, as faixas de renda mais altas podem ter afetado também os resultados negativos na bolsa de valores registrados nas últimas semanas.

“A continuidade política, os anúncios sobre aumento real do salário mínimo, isso pode ter colaborado para o fim das incertezas naturais do período eleitoral. Isso é um componente do índice de confiança. Mas não acho que seja só isso. Em algumas capitais, por exemplo, é perceptível a retomada da economia a partir de setembro”, disse.

O ICC das famílias com até R$ 2,1 mil de renda avançou 5,2% em relação a outubro, enquanto para os mais ricos, com renda mensal acima de R$ 9,6 mil, foi de 1,2%. Já o índice de expectativas para os mais pobres subiu 3,9% em novembro, enquanto registrou queda de 1,5% para o mais ricos.

De qualquer forma, o economista lembrou que “há uma profusão de números favoráveis imensa”.  O índice que mede as expectativas do consumidor para os seis meses seguintes saiu da faixa de otimismomoderado e passou para um otimismo considerado forte, antes só nregistrado em 2007 e 2008, ao atingir os 113,6 pontos.

 “Há muitas décadas que o Brasil não saía de uma crise tão bem, relativamente às outras”, disse Campelo. Ele explicou que houve melhoria da avaliação do consumidor realizada sobre a situação financeira da família e sobre o mercado de trabalho.

Em relação à situação atual da economia local, novembro registrou a melhor avaliação de todas a pesquisa realizada pela FGV. A análise sobre a situação atual financeira da família, e não mais da eocnomia como um todo, também registrou recorde histórico. “Desde o meio do ano, a situação da família é a melhor desde 2005”, disse o economista.

Do Valor Econômico