Mesmo na crise, categorias conquistam aumento real

Segundo Dieese, 80% dos acordos garantiram aumentos reais de salário em 2009

A crise econômica mundial não impediu que os trabalhadores conquistassem avanços econômicos em 2009.

As categorias obtiveram aumentos reais de salário em 553 (80%) dos 692 acordos coletivos do ano passado analisados pelo Dieese. Outros 88 acordos (13%) registraram, no mínimo, a reposição da inflação e apenas 51 (7%) não conseguiram repor as perdas.

Segundo o levantamento, divulgado nesta quinta-feira, dia 18, 2009 foi o sexto ano consecutivo em que 80% ou mais das categorias conquistaram aumentos reais.

Os três motivos apontados pelo Dieese para isso acontecer são a influência da política de recuperação do salário mínimo, o controle da inflação e o papel relevante dos sindicatos ao exigir e apoiar iniciativas do governo federal de combate aos efeitos da crise, o que ajudou a recuperar rapidamente a economia.

Luta
“O quadro econômico não foi negativo para setores como o comércio, os serviços e a produção e vendas de carros”, analisou o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre. “Afetou mais setores exportadores e, em nossa categoria, o de caminhões”, lembrou.

Fazendo coro à terceira afirmação do Dieese, ele também definiu a ação do movimento sindical como fundamental para superar a crise e lembrou a luta dos metalúrgicos desde o início do ano passado.

“Nossa mobilização desembocou no seminário ABC do Diálogo e Desenvolvimento, em março, que apontou inúmeras propostas para a recuperação econômica, várias delas adotadas pelo governo”, destacou Sérgio Nobre.

Maioria tem até 1%
Conforme o Dieese, 242 categorias (38%) conseguiu entre 0,1% a 1% de real. Já 199 categorias (26%) obtiveram entre 1,1% a 2%.

Nesta faixa estão os metalúrgicos da CUT. Foi de 2% o aumento real na campanha do ano passado.