Indústria se prepara para alavancar crescimento em 2010, diz CNI

Segundo Confederação da Indústria, há um cenário favorável com fatores como a superação da crise internacional, a retomada de investimentos das empresas, aumento do crédito e expansão já iniciada do setor de máquinas e equipamentos

 

 

Confirmado que, afinal, o “tombo” em 2009 não será tão grande quanto as suspeitas iniciais, a indústria de transformação corre atrás do prejuízo e se prepara para ser a “alavanca” do crescimento em 2010. Indícios fortes de investimento foram detectados ao fim do ano.

  “Com certeza, a indústria vai ser o setor a liderar o crescimento da economia em 2010”, comentou o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flavio Castelo Branco.

 

Ele aponta que “há um cenário favorável com fatores como a superação da crise internacional, a retomada de investimentos das empresas, aumento do crédito e expansão já iniciada do setor de máquinas e equipamentos, que deve ser um dos líderes do dinamismo este ano”.

  

Ao divulgar indicadores da indústria relativos a novembro, com dados mais positivos do que o esperado, Castelo Branco afirmou que, certamente, todas as variáveis serão negativas. Ele lembra que a indústria foi, de fato, o setor mais atingido pela crise. Mas pondera que as projeções mais pessimistas não se cumprirão.

 

 

“É certo que houve um pessimismo forte nos primeiros meses do ano passado, mas a reação da política econômica foi melhor do que se esperava”, permitindo a recuperação das empresas no segundo semestre do ano, comentou ele.

 

 

Castelo Branco diz que há claros sinais de retomada dos investimentos, em especial pelos setores voltados para a demanda doméstica. E são esses setores (energia, habitação, higiene e limpeza, bens de consumo) que, novamente, puxarão a atividade neste ano.

 

 

Câmbio valorizado e mercado mundial mais estreito, porém, mantém a preocupação com a indústria mais voltada ao comércio exterior.

 

 

Os setores mais voltados para o mercado interno dão mostras claras de retomada do investimento, o que causa impacto na contratação e está elevando os níveis de emprego. Há um movimento, agora, de recuperação de parte do ajuste que foi feito anteriormente ” , disse o economista da CNI.

 

 

“Mas a indústria foi o setor que mais sofreu a crise, por sua maior exposição ao mercado internacional. Por isso, não dá para dizer que todos os efeitos da crise foram superados, porque esses setores ainda estão agravados pelo câmbio valorizado e a pequena demanda internacional”, concluiu.

Do Valor Econômico