Caixa diz que “carregou o mercado nas costas” no crédito habitacional
"No meio da crise, tivemos que carregar o mercado inteiro nas costas", disse em entrevista nesta quinta-feira em São Paulo para comentar o recorde em financiamentos habitacionais da Caixa, que atingiu R$ 39,3 bilhões em empréstimos até novembro, quase o dobro do ano passado, beneficiando 756.507 famílias
O financiamento de imóveis dentro do programa Minha Casa, Minha Vida poderia ser muito maior, na avaliação do vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, se o banco não tivesse que suprir a falta de crédito em outras instituições financeiras no segmento habitacional no período mais crítico da crise internacional.
“No meio da crise, tivemos que carregar o mercado inteiro nas costas”, disse em entrevista nesta quinta-feira em São Paulo para comentar o recorde em financiamentos habitacionais da Caixa, que atingiu R$ 39,3 bilhões em empréstimos até novembro, quase o dobro do ano passado, beneficiando 756.507 famílias.
O programa federal Minha Casa, Minha Vida, no entanto, contratou até o mês passado 176.379 unidades, montante bem aquém da meta de um milhão de moradias. Para Hereda, no entanto, o objetivo será cumprido até o final de 2010 –último ano do governo Lula, que nunca estipulou um prazo oficialmente — se a Caixa “não tiver que fazer a parte de outros bancos”, referindo-se principalmente aos empréstimos com recursos da poupança.
“Vocês vão ver que a capacidade operacional da gente, que esse ano foi utilizada para suprir o mercado, vai estar toda em cima do Minha Casa Minha Vida”, completou.
O esforço extra, diz Hereda, foi feito “com muita satisfação”, embora o vice-presidente da Caixa considere que os 72% de participação do banco federal nos empréstimos habitacionais com recursos da poupança e do FGTS seja muito ampla. “Isso não é bom para o país, é bom que todo mundo contrate.” Segundo ele, as condições de financiamento foram mantidas mesmo no auge da crise, sem aumento da taxa de juros nem diminuição dos prazos de pagamento.
A meta do Minha Casa, Minha Vida é construir um milhão de moradias para famílias com renda de até dez salários mínimos, sendo 400 mil para a faixa que recebe até três salários mínimos e concentra a maior parte do deficit habitacional do País. O programa foi lançado em março e se tornou uma das bandeiras do governo federal.
Da Folha Online