Cai número de famílias que vivem com menos de meio mínimo per capita
A pesquisa do IBGE deixa claro que a renda familiar é fator determinante para a frequência à escola
O número de famílias com rendimento familiar per capita de até meio salário mínimo representou, no ano passado, 22,6% do total de famílias no país, contra 32,4% registrado dez anos antes. Os dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS 2009), baseados nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2008), mostram ainda que, no ano passado, mais da metade das famílias brasileiras ainda vivia com menos de R$ 415, enquanto mais da metade das mulheres sem cônjuge e com todos os filhos menores de 16 anos ganhava menos de R$ 249, valor limite para a pobreza relativa.
De acordo com a pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 44,7% das crianças e adolescentes até 17 anos viviam em situação de pobreza no ano passado, com renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Para 18,5% das crianças e adolescentes, essa renda era de até 25% do valor do salário mínimo.
“A Síntese de Indicadores Sociais revelou que, embora tenha melhorado nos últimos dez anos, o nível de pobreza da infância e adolescência no país ainda é elevado ” , ressalta o IBGE.
Na média, o rendimento familiar per capita atingiu R$ 720 no ano passado, embora metade das famílias tivesse que viver com menos de R$ 415 – valor do salário mínimo em setembro do ano passado.
” A distribuição de renda no país continua bastante desigual, como demonstram os valores do rendimento mediano no Nordeste e no Sudeste: R$ 250 contra R$ 500, respectivamente ” , mostra o IBGE.
Apesar de atestar que os 20% mais pobres tenham aumentado sua parcela de rendimentos entre 1998 e 2008 – com uma alta de 26% -, 26,9% das famílias continuam abaixo da linha de pobreza, de R$ 249.
A pesquisa deixa claro que a renda familiar é fator determinante para a frequência à escola. Enquanto no ano passado, a assiduidade escolar era de 18,5% na faixa até 3 anos de idade para as famílias com até meio salário mínimo, a taxa pula para 46,2% nesta faixa de idade para as famílias que viviam com mais de três salários mínimos per capita. No grupo de 4 a 6 anos de idade, a taxa passa a 77,1% para quem tem rendimento até meio salário mínimo familiar per capita e de 98,8% para as famílias com mais de três salários mínimos per capita.
O IBGE destaca que, apenas na faixa de 7 a 14 anos, que corresponde ao ensino fundamental, o acesso à escola está ” praticamente universalizado em todos os níveis de rendimento ” . A frequência escolar atinge 78,4% entre os 20% mais pobres e está em 93,7% entre os 20% mais ricos.
Do Valor Online