Setor automotivo deve vender até 3 milhões de unidades, em 2009

As fabricantes de veículos estão mais preparadas para caminhar sem o incentivo tributário oferecido pelo governo. A partir de outubro, gradualmente será retirada a redução do IPI dos carros

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) era considerado necessário, depois da freada brusca nas vendas no fim do ano passado. Sob impacto das turbulências que secaram o crédito internacional e reduziram a confiança dos consumidores, a indústria buscou ajuda para se reerguer.

Uma das medidas de apoio foi o corte no IPI – que entrou em vigor em janeiro inicialmente por três meses e foi prorrogado duas vezes para estimular os consumidores a comprarem carros. Houve ainda oferta de linhas de crédito que somaram R$ 8 bilhões (R$ 4 bilhões do governo federal e outros R$ 4 bilhões do governo paulista), anunciadas em novembro para os bancos de montadoras financiarem a compra de veículos. E a redução gradual da taxa básica de juros ao longo deste ano.

Com isso, o setor automotivo brasileiro foi retomando aos poucos o ritmo de comercialização no mercado interno, chegando a 1,993 milhão de unidades vendidas (de janeiro a agosto), 2,7% mais que no mesmo período de 2008, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). “Isso nos dá hoje uma situação confortável. Aos poucos, o setor vai se recuperando”, assinala André Beer, consultor especializado no segmento e ex-presidente da Anfavea. Ele projeta que neste ano o setor deve superar os números do ano passado e chegar a 3 milhões de unidades.

Emprego e renda
O presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado de São Paulo (Sincodives), Octávio Vallejo, destaca ainda a manutenção dos postos de trabalho e da renda. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o consumo das famílias cresceu 2,3% no semestre frente a igual período de 2008, impulsionado pelo aumento da massa salarial e da melhora do crédito.

A recuperação no mercado doméstico não significa que os efeitos da crise desapareceram. “Ainda temos de trabalhar bastante para atingir os níveis de produção e de investimentos em que estávamos no ano passado”, diz o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) Rogério César de Souza.

Da Agência FEM – CUT