Segundo Anfavea, montadoras mantêm ritmo acelerado

O melhor mês do ano até aqui é junho, com 300,2 mil veículos licenciados em todo o País, numa demonstração de interesse do consumidor em antecipar compras por conta do receio de que o governo pudesse voltar a elevar a alíquota do IPI

Julho será o segundo melhor mês de vendas de veículos no ano e registrará um volume de licenciamentos muito próximo ao mesmo período do ano passado, uma época ainda distante da crise, que surgiu com força depois de setembro. A dois dias do fechamento do mês, o total de veículos que passaram pelos órgãos de trânsito para emplacamento chegou a 253,4 mil unidades.

O ritmo indica aos executivos da indústria automobilística que o mês fechará com a venda de 280 mil veículos, próximo das 288 mil unidades de julho de 2008. A média diária de vendas deste mês está em 12 mil unidades. Há um ano foi de 12,5 mil.

O melhor mês do ano até aqui é junho, com 300,2 mil veículos licenciados em todo o País, numa demonstração de interesse do consumidor em antecipar compras por conta do receio de que o governo pudesse voltar a elevar a alíquota do IPI. O benefício foi estendido até outubro.

O fôlego do mercado interno, que continua a surpreender a própria indústria, vai seguindo na contramão do desempenho do setor no mercado externo. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as projeções para o ano indicam uma queda de produção de 5% por conta da queda nas exportações. Por outro lado, a produção que se destina ao mercado doméstico vai crescer 6,7%

A Anfavea estima que em 2009 produzirá para o mercado brasileiro 2,610 milhões de veículos. Em 2008, a produção destinada ao Brasil ficou em 2,445 milhões de unidades. A diferença em volume será, portanto, de 165 mil veículos, o que significa dizer que os brasileiros vão comprar este ano o equivalente a meio mês de vendas a mais do que em 2008.

A indústria tem aproveitado a redução do IPI para incrementar as ações de marketing. Praticamente todas as montadoras têm repetido a fórmula dos feirões nos fins de semana. Esse tipo de estratégia deverá permanecer neste semestre, segundo os revendedores.

Tradicionalmente, o segundo semestre é melhor do que o primeiro para a indústria de veículos. Nesse período se concentra a maior parte dos lançamentos. No entanto, a comparação da segunda metade deste ano em relação a 2008 será sobre uma base menor, que teve o impacto da crise de crédito. Com um mercado revigorado pelo benefício tributário, os fabricantes esperam uma demanda doméstica de 3,050 milhões de unidades, incluindo os modelos importados.

O número de licenciamentos acumulado de janeiro até o dia 29 de julho mostram que, a prevalecer o atual ritmo, essa meta será atingida com certa facilidade. De janeiro até 29 de julho foram licenciados em todo o país 1,703 milhão de veículos, incluindo automóveis, ônibus e caminhões.

Já nas exportações, projeções para pior aparecem a cada dia. Em 2008, as montadoras mandaram 734,6 mil veículos para outros países. O acumulado na primeira metade deste ano não chegou a 200 mil unidades, o que indica que projeções de uma exportação de 500 mil unidades em 2009, que muitas empresas chegaram a calcular, não serão cumpridas. Num reflexo principalmente da crise econômica nos países vizinhos, o volume de exportações do setor este ano chegará, no máximo a 440 mil veículos.

Da Anfavea