Redução do IPI ajuda na recuperação das vendas no comércio

As vendas de veículos, motos, partes e peças, no varejo, foram o principal destaque da pesquisa. Em maio, cresceram 8% frente a abril, contribuindo para a elevação de 3,7% no total do comércio varejista ampliado

Setores beneficiados com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) tiveram vendas melhores em maio e ajudaram na recuperação do comércio varejista, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vendas de veículos, motos, partes e peças, no varejo, foram o principal destaque da pesquisa. Em maio, cresceram 8% frente a abril, contribuindo para a elevação de 3,7% no total do comércio varejista ampliado, na mesma comparação. Em relação a maio de 2008, a alta foi de 4%, depois de queda de 11,4% em abril.

O varejo ampliado inclui ainda as vendas de material de construção, sem os dados no atacado, que subiram 5,7% em relação a abril. Na comparação com maio do ano passado, houve queda de 8,2%, mais amena do que a retração de 15,8% observada em abril, também na comparação com igual período em 2008.

Já as vendas de móveis e eletrodomésticos, que inclui os produtos da chamada linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar), também melhoraram, ainda que de forma mais tímida. Em maio, as vendas desse segmento cresceram 0,1%, revertendo queda de 2% observada em abril.

Sobre maio de 2008, houve redução de 6,3% nas vendas, o que representou melhora em relação à queda de 9,9% constatada em abril.

“A redução do IPI deu uma melhorada nas vendas, principalmente no comércio varejista ampliado. Para móveis e eletrodomésticos, parece que ainda não houve o efeito esperado”, afirmou o coordenador da PMC, Reinaldo Silva Pereira. Para ele, ainda há problemas de oferta de crédito no mercado, que pode ter impedido um crescimento maior desses segmentos.

A redução do IPI que incide sobre o custo dos automóveis teve a vigência ampliada pelo governo, e estava autorizada desde o fim do ano passado. Já a cobrança de alíquota menor do imposto sobre determinados eletrodomésticos, e materiais de construção começou a valer desde a metade de abril.

Sobre o desempenho do comércio em maio, cujas vendas cresceram 0,8% em relação a abril, Pereira destacou a manutenção dos ganhos salariais do trabalhador. Segundo ele, isso vem segurando o desempenho do mercado interno. Ele citou que setores cujos produtos são der necessidade imediata, como alimentos e remédios, vêm mantendo níveis altos de vendas, ajudados pela massa salarial em alta.

As vendas de hiper e supermercados cresceram 0,1% em maio, na comparação com abril, quando avançara 0,8%. Já as vendas de artigos farmacêuticos e medicamentos subiu 0,8% frente a abril, quando recuara 1,1% sobre março.

“A massa salarial cresce e vem segurando o mercado. Tivemos o aumento do salário mínimo, há influência do Bolsa-Família, e temos que levar em conta também o seguro-desemprego nesses tempos de crise, que até foi ampliado para setores mais afetados”, observou Pereira.

Da Folha de São Paulo