Brasil é o 8º mais atraente em ranking de investimentos no varejo

Segundo o estudo, o Brasil é, pelo segundo ano consecutivo, o país que tem o maior índice de atratividade para investimentos internacionais entre todas as nações pesquisadas no segmento de varejistas de roupas

O Brasil é ao oitavo país, entre os emergentes, mais atraente para investimentos no varejo, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira pela consultoria AT Kearney, envolvendo 30 mercados emergentes. No ano passado, o Brasil ficou em novo.

A pesquisa também apontou que, apesar da crise de crédito que se iniciou nos Estados Unidos, os segmentos de varejo não foram afetados e que, após a eclosão da crise financeira, houve investimentos agressivos no Brasil, bem como o retorno do movimento de fusões e aquisições no varejo nacional.

Segundo o estudo, o Brasil é, pelo segundo ano consecutivo, o país que tem o maior índice de atratividade para investimentos internacionais entre todas as nações pesquisadas no segmento de varejistas de roupas (depois vêm alimentos e bebidas e eletrodomésticos).

A pesquisa aponta como causa o fato de o Brasil estar entre os mercados de vestuário com crescimento mais rápido no mundo e ser o 6ª maior em manufatura de vestuário do mundo; ter população jovem, com 60% abaixo dos 29 anos de idade; a venda per capta de vestuário no Brasil é de US$ 490, cerca de seis vezes as vendas do mercado chinês; e 46% das vendas são pagas com cartão de crédito, mesmo nível que Estados Unidos e Reino Unido.

Emergentes

De acordo com levantamento da AT Kearney, os mercados emergentes continuam representando oportunidades atraentes de investimento para empresas globalizadas do setor de varejo e a recessão econômica fez com que a entrada nestes mercados seja ainda mais crítica e relevante.

Diante das vendas decrescentes nos mercados desenvolvidos, mais atingidos por efeitos da crise financeira global, e dos gastos ainda reduzidos por consumidores, expandir mundialmente adquire maior importância como estratégia de crescimento.

“Diante da melhora muito lenta das condições econômicas, nos mercados desenvolvidos, os emergentes passam a ter mais e mais importância para o crescimento de varejistas globalizados”, afirmou Hana Ben-Shabat, sócia da A.T. Kearney e uma das responsáveis pelo estudo.

“As principais empresas globalizadas do varejo precisam desenvolver uma estratégia de portfólio que equilibre mercados de grande porte e desenvolvidos com mercados pequenos e em desenvolvimento, para que possam administrar os riscos que correm no mundo.”

Índice

Pela quarta vez, a Índia é o país mais atraente para investimentos no varejo, segundo o índice. A Rússia, a China, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita, o Vietnã, o Chile, o Brasil, a Eslovênia e a Malásia compõem os dez primeiros países do ranking deste ano. No total, há 30 listados.

“O Brasil continua sendo uma ótima oportunidade para investir no setor de varejo. Alguns movimentos recentes indicam um alto interesse de varejistas estrangeiros e fundos de investimento neste mercado”, afirmou Markus Stricker, sócio da A.T. Kearney e responsável pelo estudo no Brasil.

“Os países asiáticos estão bem posicionados em termos de recuperação econômica precoce, uma vez que a demanda interna está se mantendo bem, o crescimento do PIB continua e trilhões de dólares das reservas soberanas estão servindo como instrumentos de ação para governos e bancos estatais”, disse Michael Moriarty, sócio na A.T. Kearney. “Os países asiáticos continuam transformando suas economias, tendo o consumo doméstico como foco primário, uma tendência que deverá favorecer o crescimento continuado do varejo a longo prazo.”

Da Folha de São Paulo