Plano de investimento está mantido mesmo com crise

Este ano estão previstos gastos de R$ 2,2 bilhões e a prioridade é expansão da laminação de chapas grossas

A direção da Usiminas procurou reafirmar a decisão de manter sua política de investimentos, mesmo com o início de ano desastroso para a siderurgia. Este ano estão previstos gastos de R$ 2,2 bilhões e a prioridade é expansão da laminação de chapas grossas. A empresa quer já no próximo ano implantar uma tecnologia de resfriamento acelerado das chapas, desenvolvida pela Nippon Steel.

“Estamos acelerando de modo a começar a atender encomendas de dutos para petróleo e gás do Pré-Sal já no próximo ano”, disse Marco Antonio Castello Branco, presidente da empresa. O projeto completo, que irá envolver a produção de 1,3 milhão de toneladas, deve ficar pronto em 2012.

Atualmente, não há produção nacional deste segmento para atender a demanda. Com a concordância da própria indústria siderúrgica, o governo federal recentemente baixou as alíquotas de importação de chapas de aço destinadas a oleodutos, de 12% para 2%. Do plano de investimentos da empresa, 30% irá para a laminação de chapas grossas em Cubatão, 12% para a coqueria nova e 8% para a unidade de galvanização a quente.

Castello Branco afirmou que a Usiminas estuda ainda um novo segmento para investir, o de habitações populares, estimulada pelo lançamento do programa “Minha Casa, minha Vida”, do governo federal, que prevê a construção de um milhão de unidades habitacionais, sendo 400 mil para a faixa de até três salários mínimos de renda.

A empresa tenta desenvolver uma tecnologia para a substituição do concreto armado nas construções de apartamentos. Deste modo, vigas, pilares e telhado passariam a ser de aço. Mas a Usiminas ainda esbarra no valor estipulado pelo programa, que prevê a comercialização da maioria dos imóveis a R$ 50 mil.

“Queremos entrar em uma competição brava com o cimento. Para tornar-se um empreendimento viável, seria necessário que o custo de produção na ultrapassasse R$ 30 mil a unidade, e ainda não chegamos a este número”, afirmou Castello Branco.

Segundo o executivo, a Usiminas já está tentando desenvolver soluções em conjunto com construtoras. Entre outros motivos, porque não é certa a viabilidade da empresa aproveitar os terrenos que já possui em Minas Gerais para a construção de habitações, em função de possíveis restrições ambientais. (CF)

Do Valor Econômico