Ipea aponta melhora na expectativa do setor produtivo

Diminui o medo em relação à queda da demanda, margem de lucro e situação financeira das empresas

O Sensor Econômico, indicador de expectativas do setor produtivo aferido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em todo o território nacional, aponta, nesta edição, que diminui o medo em relação à queda da demanda, margem de lucro e situação financeira das empresas. Também melhora, embora continue bastante negativa, a expectativa relacionada aos problemas sociais.

As expectativas em relação ao PIB e contas externas impediram uma melhora mais significativa do Sensor. Por outro lado, agropecuária, indústria, comércio e serviços e trabalhadores não acreditam em quadro recessivo para o Brasil. Em todos eles, a menor pontuação obtida pelo item foi igual a zero, dada pelas entidades representativas do setor agropecuário.

Nos Parâmetros Econômicos houve estabilidade nas expectativas favoráveis em relação à inflação baixa (até 2,5% a.a.), taxa de câmbio sem alterações e redução da taxa básica de juros (entre 0,5% e 3% nos próximos 12 meses). Do mesmo modo, diminuiu significativamente o medo em relação à falta de crédito, melhorando a esperança de acesso de -18,7 pontos, em janeiro, para 2,9 pontos em abril.

Já a indústria está cada vez mais apreensiva com as contas nacionais. O setor de atividade acreditava, até fevereiro, que o PIB brasileiro cresceria acima de 1,5% em 2009. De lá para cá, essa crença diminuiu e hoje o crescimento esperado é próximo de zero.

Aspectos sociais
O lado bom das expectativas industriais vem com o desempenho das empresas e aspectos sociais. No caso das empresas, reduziram-se os temores quanto à queda na demanda, que passaram de uma expectativa de queda de até 2% para a crença na sua estabilidade. O dado mais preocupante de abril está na utilização da capacidade que, acredita-se, ficará entre 70% e 81%.

As esperanças quanto aos aspectos sociais caminham para redução dos temores, mas ainda são adversas. Apenas para violência melhorou visivelmente o quadro esperado (jan=-45,7 pontos e abr=-35,7 pontos).

Os trabalhadores aparecem como os mais otimistas do Sensor Ipea. Depois de um fevereiro bastante preocupado, as entidades representativas do grupo olham com confiança o desempenho das empresas, pois acreditam que a demanda crescerá moderadamente (em torno de 2%) e a margem de lucro das empresas não cairá.

Do Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)