BNDES: Brasil pode crescer mais que média mundial

Para o Presidente do Banco, Luciano Coutinho, a economia brasileira tem um sistema bancário sólido e conta com forte presença de bancos públicos, que foram os principais responsáveis pela atual expansão do crédito no pós crise

Apesar da crise internacional, a economia do Brasil já iniciou a trajetória de recuperação e deverá se descolar da economia mundial e crescer entre 4% e 5% ao ano, no médio prazo. A avaliação foi feita ontem pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, em audiência pública nas comissões especiais que avaliam os impactos da crise mundial.

Ele destacou que a crise afetou fortemente o nível de demanda do 4º trimestre de 2008 e o impacto foi mais forte e concentrado do que nas crises anteriores. No entanto, disse, a economia brasileira tem um sistema bancário sólido e conta com forte presença de bancos públicos, que foram os principais responsáveis pela atual expansão do crédito no pós crise. Segundo Coutinho, além disso há indicativos de crescentes investimentos em infraestrutura. “A crise não vai paralisar os investimentos em energia, na cadeia de petróleo e gás e em telecomunicações”, disse.

O presidente do BNDES citou, como exemplo, que a previsão de investimento em energia elétrica foi de R$ 88,2 bilhões no período de 2007 a 2010, e cresceu para R$ 141,1 bilhões no período de 2009 a 2012. Segundo ele, não há possibilidade de reversão dos investimentos porque há demanda reprimida na área de infra-estrutura.

Na avaliação do relator da comissão especial que analisa a crise no comércio, deputado Antonio Palocci (PT-SP), o BNDES tem tido um papel fundamental no enfrentamento da crise e o empresário brasileiro precisa atentar para as oportunidades de negócios. “Acho que o empresário brasileiro está percebendo depois dos estrangeiros que o Brasil é atrativo para investimentos. É natural que tenha havido retração em setembro, mas também é natural perceber que, alguns meses depois, há oportunidades”, destacou.

Na avaliação do presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), o Brasil está num patamar diferenciado de enfrentamento da crise. “Embora tenha havido uma grande contração da economia, o Brasil tem programas como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), uma crescente demanda interna, relações comerciais com outros países, como China e países árabes, e medidas de expansão de crédito promovidas pelas instituições financeiras públicas”, disse.

Segundo os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Pedro Eugênio (PT-PE), as empresas públicas foram decisivas para que o Brasil tenha dado um passo adiante contra a crise.

Do PT