Brasil passou no teste da crise, diz Mendonça de Barros

Ex-ministro prevê queda de 1,5% do PIB neste ano, o que, segundo ele, indica ´otimismo responsável´

O ex-ministro das Comunicações e sócio-diretor da Quest Investimentos, Luiz Carlos Mendonça de Barros, afirmou nesta quarta-feira, 6, que sua previsão de queda de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano indica um “otimismo responsável” em relação ao desempenho da economia brasileira nos próximos trimestres. Em palestra da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), ele frisou que o País vive um momento extraordinário e passou no teste da crise internacional.
 
Segundo Mendonça de Barros, dois canais devem provocar uma queda do PIB neste ano. O primeiro deles é a redução muito forte dos investimentos nos últimos seis meses, fator que nos últimos três anos foi um dos elementos mais importantes para sustentar o crescimento do PIB. Ele também destacou que outro elemento negativo foi a redução no ritmo das exportações, provocado, sobretudo, pela recessão global. Ele prevê que o PIB do primeiro trimestre deve apresentar uma retração próxima a 1,5% em relação aos três meses anteriores.

Para o ex-ministro, o PIB deve começar a se recuperar no segundo semestre, pois o consumo interno não caiu com vigor em virtude de alguns fatores como a preservação da massa salarial e a inflação baixa. Embora estime que o crescimento pode atingir o pico de 10% neste ano, ele ressalta que tal fenômeno deve ocorrer, especialmente, em relação ao incremento natural da população economicamente ativa.

Mendonça de Barros avalia também que o mercado de trabalho deve melhorar, gradualmente, devido à recuperação paulatina do nível de atividade, que deve levar o PIB a crescer 2,5% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Para 2010, ele acredita que é possível o País registrar uma expansão também ao redor de 2,5%, salvo um novo recrudescimento do credit crunch. “Precisamos ver se a economia dos Estados Unidos, de fato, engrena de agora em diante. Se isso não ocorrer e a crise voltar no próximo ano, pode ser que ela venha forte, o que deverá fazer com que o Brasil registre um crescimento perto de zero.”

Da Agência Estado