CUT faz propostas para proteger emprego e renda

Um plano para trabalhadores e pequenos empresários poderem renegociar dívidas bancárias com alargamento dos prazos e juros reduzidos. Esse é um dos pontos que a CUT apresentará ao poder público dentro do conjunto de reivindicações para manter o Brasil no rumo do desenvolvimento. "Os trabalhadores e suas famílias não devem pagar a conta de uma crise causada pela especulação financeira", repetiu o presidente da Central.



Essa conta não será nossa

A CUT apresentou ontem 25 propostas com o objetivo principal de defender emprego e renda e garantir a continuidade da geração de novos postos de trabalho com a manutenção do desenvolvimento econômico sustentável no País.
“As propostas serão apresentadas ao governo federal. Queremos a garantia de renda aos trabalhadores e às suas famílias como forma de proteger o Brasil dos reflexos da crise financeira criada pela especulação”, disse o presidente da CUT, Artur Henrique.
Ele lembrou que, até agora, tudo o que se fala em torno da crise é sempre com a ótica do socorro ao sistema financeiro.
“É papel da CUT levar para esse debate a proteção aos trabalhadores e aos pequenos empreendimentos, essenciais para o mercado de trabalho”, afirmou.
Para ele, o trabalhador não pode pagar os efeitos da crise, criada pela irresponsabilidade do sistema financeiro.

Pauta

Uma das propostas é que os trabalhadores e os pequenos empresários possam renegociar suas dívidas com os bancos por meio de um plano oficial de prolongamento dos prazos e de redução dos juros.
Outra é que o socorro aos bancos e empresas deve garantir contrapartidas como manutenção do nível de emprego e devolução dos recursos em parcelas e prazos previamente acertados.
“O Banco Central deve adotar medidas que façam com que, de fato, os recursos liberados pelo governo federal cheguem à economia e que não sejam utilizados pelos bancos para a especulação”, comentou.
A CUT quer assegurar também as metas do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento, em obras de infra-estrutura, além do fortalecimento do Mercosul.

Governo tem que nos ouvir

Outras propostas da Central são a implementação de políticas de geração de emprego nos setores privados e público e de um programa de geração de emprego e renda na agricultura.
A CUT quer ainda o fortalecimento dos programas de transferência de renda e de aposentadoria, e políticas públicas de saúde e educação, entre outras propostas.
Para fazer essas reivindicações chegar ao governo, a CUT pediu audiência ao presidente Lula, além de programar atos como a Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, que vai acontecer em Brasília no início de dezembro. “O governo tem ouvido empresários, banqueiros, o setor do comércio. Tem de ouvir também os trabalhadores”, comentou Artur.