Meirelles pede calma em momentos de crise

Do G1

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, reafirmou nesta terça-feira que, embora o Brasil vá sentir os efeitos da crise internacional, o país está preparado para enfrentar a turbulência.

Segundo o ministro, é importante que as autoridades mantenham a calma nos momentos de crise. “Estamos preparados para agir e tomar as medidas necessárias com serenidade. Medidas precipitadas, no calor dos acontecimentos, tendem a ser equivocadas.”

“A crise é séria. O que está acontecendo é impactante, importante, fundamental. O Brasil é parte dos fluxos financeiros internacionais. Então é evidente que teremos impacto por aqui. Mas o importante é que o Brasil aproveitou bem o período favorável internacional para aumentar sua resistência”, disse ele.

Confiança

Segundo o ministro, medidas como a redução da dívida doméstica atrelada ao dólar – segundo ele, o Brasil passou de uma posição de devedor de U$ 70 bilhões em 2003 para uma situação de credor de US$ 16 bilhões atualmente – permitem que o país não sofra os efeitos da elevação da cotação da moeda norte-americana.

“Antes, quando tínhamos uma crise de confiança, isso gerava pressão sobre o câmbio, o que alimentava a dívida pública e aumentava a desconfiança sobre a economia. Gerava um círculo vicioso. Hoje, como o Brasil é credor, a pressão sobre o câmbio faz com que a dívida em reais diminua”, apontou.

O ministro também destacou a importância do aumento das reservas, que hoje estão na casa dos US$ 207 bilhões. “O Brasil construiu um colchão que agora se torna extremamente importante”. Segundo ele, esses recursos são mais de três vezes o suficiente para cobrir a dívida externa com papéis que vencem em 12 meses.

Meirelles ressaltou ainda que o BC está monitorando permanentemente o desenrolar dos acontecimentos no mercado financeiro e afirmou que a crise “é sujeita a altos e baixos, independentemente da aprovação do pacote nos Estados Unidos. Ela gera efeitos na economia real, inicialmente no setor imobiliário, e depois no setor financeiro.”