Federal Mogul também pára em defesa do emprego

Mesmo com o crescimento da produção, a Federal Mogul demitiu. Em resposta, os trabalhadores cruzaram os braços. Na TRW, a greve entrou no segundo dia. As duas empresas ficam em Diadema.

Federal Mogul também pára

Os trabalhadores na Federal Mogul, em Diadema, cruzaram os braços ontem em protesto contra 81 demissões anunciadas na segunda-feira passada.
“Não reconhecemos as demissões porque a Federal Mogul tinha espaço para negociar alternativas”, afirmou o presidente de nosso Sindicato, Sérgio Nobre, no ato de protesto realizado pela manhã na porta da fábrica.
O dirigente disse também que a atitude da empresa foi extremada e precipitada, pois sua produção acompanhou a elevação média de 27% do setor nos últimos anos e ela havia se comprometido a não demitir.
Na quarta-feira, os companheiros na TRW de Diadema também pararam a produção em defesa de seus empregos.

David Carvalho na assembléia que decidiu pelo início da greve

Orientações
Segundo Mauro Soares, diretor do Sindicato e trabalhador na empresa, em setembro do ano passado a Federal Mogul e o Sindicato começaram a conversar sobre a produção diante da queda nos pedidos – a maior parte destinada às fábricas de motos.

Sem palavra
A alternativa encontrada foi o cancelamento do turno criado para funcionar nos finais de semana. Com a medida, a fábrica assumiu o compromisso de não demitir. “Ela quebrou sua palavra”, protestou Mauro.
Ele acrescentou que entre os demitidos estão companheiros com estabilidade, com restrição médica ou em vias de aposentadoria. A orientação do Sindicato para o pessoal que recebeu o aviso de demissão é não entregar nenhum documento para a empresa.