Trabalhadores param Panex contra taxa do Itaú

Manifestação realizada dentro da empresa, na segunda-feira (17), também protesto contra a intenção do banco aumentar os juros do crédito consignado (descontado em folha). A reação contra a cobrança bancária ocorreu também na Mahle, TRW e Dana, todas em Diadema. Nas duas últimas empresas, o dinheiro da primeira parcela foi devolvido na semana passada.

Chega de taxas bancárias
Inconformados em pagar uma taxa de recadastramento ao banco Itaú, os trabalhadores e trabalhadoras na Panex, de São Bernardo, fizeram manifestação na porta da fábrica e interromperam a produção na manhã de segunda-feira.

A idéia inicial era deixar a empresa e sair em passeata até a agência do banco na Av. Álvaro Guimarães, onde fariam um ato. No entanto, a Panex comprometeu-se em intermediar o problema junto ao Itaú e apresentar uma solução nesta terça-feira.

Mais problema
A revolta do pessoal não é apenas contra a cobrança da taxa, de R$ 78,00 ao ano, mas também contra a intenção do Itaú em aumentar os juros do crédito consignado, aquele com desconto em folha.

Desde o início da crise essa operação está congelada para os trabalhadores na Panex.
“Somos reféns do sistema financeiro”, protestou o serralheiro Edson Soares Monteiro, o Grande, trabalhador na Panex.

José Paulo Nogueira, diretor de organização do Sindicato, afirmou que o atual sistema de conta salário é autoritário porque o dinheiro é do trabalhador mas o patrão é quem decide onde o dinheiro será depositado.

“Uma folha de pagamento é muito valiosa e por isso a gente fica submisso a vontade do banco”, criticou. “O trabalhador tem de se indignar porque não é momento para o banco fazer esse tipo de coisa” prosseguiu.

Apesar de na sexta-feira o Itaú ter devolvido a primeira parcela de R$ 13,00 cobrada pela taxa de recadastramento, os companheiros na Panex querem uma garantia que as demais parcelas não serão cobradas.


Pessoal do turno da manhã parou e promoveu manifestação na porta da fábrica

Com bronca, banco devolve a grana
Não só os trabalhadores na Panex colocaram a boca no trombone contra o Itaú.

A reação contra o banco foi forte também na Mahle, na TRW e na Dana, de Diadema.
Nessas duas últimas, o dinheiro da primeira parcela foi devolvido na semana passada.

Os companheiros na Federal Mogul colocaram a não cobrança como condição para a mudança de conta do HSBC para o Itaú, enquanto o pessoal na Dura, de Rio Grande da Serra, aguarda uma resposta para esta terça-feira.