Guerra contra a redução de salários e demissões

A categoria declarou guerra contra qualquer tentativa de demissão ou redução de salários e de direitos. Mais de 18 mil metalúrgicos participaram de atos, na terça-feira, em São Bernardo


Com luta, os trabalhadores podem superar a crise

É na rua, com disposição de luta, que a gente transforma a realidade”. Com essas palavras, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, abriu o ato em frente à Mahle.

“Vivemos outras crises e soubemos sair delas”, completou. A crítica à idéia de redução de salários e a defesa do crescimento econômico deram o tom de toda a manifestação desta terça-feira.
Essa mobilização começou com assembléias no início de turnos na Ford, Rassini, Mercedes e Mahle.

Logo depois, a companheirada na Ford deixou o pátio da fábrica e seguiu em direção a Rassini, numa passeata que ocupou toda a extensão da rua. De lá seguiram pelo acostamento da Anchieta até a Mercedes. Formou-se uma multidão que seguiu pela avenida 31 de Março até a Mahle.

Violência
Sérgio Nobre afirmou que não é admissível após cinco anos de crescimento contínuo da economia, especialmente do setor automotivo, que os patrões queiram demitir.

“Há mecanismos para atravessarmos esse momento mantendo direitos e salários”, afirmou.
Ele aproveitou para criticar a imprensa, que faz coro com os empresários e apresenta aumento das demissões como normal. “Não é normal. É uma violência. O trabalho é nosso maior patrimônio. Quando o tiram de nós, tiram nossa condição de sobrevivência.
Parece até que o ser humano não vale nada”.

Saída
Na mesma linha, o presidente da CUT, Artur Henrique, salientou que a garantia do emprego e da renda é a única saída para superar a crise. “Não dá pra aceitar que os empresários, que lucraram muito nos últimos anos, queiram cortar direitos agora”, disse.

Thomas Steinheuser, dirigente do IG Metall, sindicato dos metalúrgicos alemães, presente ao ato, igualmente bateu nessa idéia, que também ganha corpo em seu País. “Na hora de flexibilizar os lucros, os patrões dizem não”, comentou.