Violência doméstica é assunto de fábrica

Trabalhadores debatem a Lei Maria da Penha nos Diálogos de Segurança na Ford.

“O que essa Lei Maria
da Penha tem a ver com a
segurança aqui na fábrica?”,
perguntou um dos trabalhadores
na Ford quando ficou
sabendo que o assunto do
encontro Diálogos de Segurança
era a lei que pune
com mais rigor a violência
doméstica.

Paulo Brasil, vice-presidente
da CIPA, devolveu:
“Esse tema é para garantir
a segurança na sua vida e na
de sua família”.

Mesmo com algumas
reações de estranheza por
parte dos trabalhadores na
montadora, eles estão conhecendo
mais a fundo as
mudanças promovidas pela
lei que pune com prisão os
agressores de suas companheiras.

Para o pessoal do Sistema
Único de Representação
na Ford, foi acertada
a escolha da Lei Maria da
Penha para ser o tema dos
Diálogos de Segurança em
julho.

Até o final do mês, todos
os 3.000 trabalhadores
na produção vão debater o
assunto.

Paulo e os outros palestrantes
dizem que, de maneira
geral, a companheirada
sabe que a lei existe mas
não conhece os detalhes.

Alguns se espantam
que a agressão doméstica
pode resultar em prisão por
até três anos e que o homem
pode perder a guarda dos
filhos.

Outros trabalhadores
também não sabiam que a
lei prevê a saída do agressor
da casa e a proibição dele
ver os filhos.

Simone Vieira, mensalista
na Ford e da Comissão
de Mulheres, comemorou.
“Essa é a primeira vez que
tratamos sobre os direitos
das mulheres, aumentando
o grau de conscientização
dos trabalhadores”.

Para ela, os Diálogos
de Segurança devem incorporar
temas como esse. “A
construção de um mundo
melhor será feita por homens
e mulheres, juntos”,
lembrou.