Globalização da luta: Comitês mundiais expandem ação sindical

Os trabalhadores se organizam internacionalmente para aumentar o poder de luta, defender os direitos e ampliar conquistas. Já são 22 comitês na categoria.

Desde a década de 80,
a partir da intensificação
da globalização, com as
multinacionais aumentando
seus investimentos fora dos
países de origem, os trabalhadores
ampliaram a troca
de informações e criaram
comitês como forma de aumentar
o poder da luta pela
manutenção de direitos e
avanços nas conquistas.

Os comitês são organizações
que reúnem trabalhadores
das fábricas de uma
mesma empresa, independentemente
de sua localização
ou país. Aqui no Brasil,
essa organização global é
mais forte no setor metalúrgico,
tanto no automotivo
como no siderúrgico.

“Um dos objetivos dos
comitês é diminuir as diferenças
regionais tanto nas
fábricas aqui no Brasil como
nos demais países”, disse
Valter Sanches, secretário da
Confederação Nacional dos
Metalúrgicos da CUT (CNMCUT)
e representante brasileiro
no comitê mundial dos trabalhadores
e no conselho de
direção da Mercedes-Benz.

A partir dos comitês
mundiais, os trabalhadores
passaram a negociar com as
multinacionais acordos de
proteção ao meio ambiente
e respeito às normas da Organização
Internacional do
Trabalho, além de salário e
condições de trabalho decentes
em todas as fábricas.

“Uma das atuais preocupações
da CNM-CUT é
estender esses acordos aos
fornecedores das montadoras”,
disse Sanches.

Metalúrgicos já criaram 22 comitês

Aqui no Brasil, a base metalúrgica
já conta com 22 comitês, o último deles
criado no último final de semana durante
encontro de sindicalistas da empresa LG,
que tem unidades em Taubaté e Manaus.

“No encontro eles perceberam as diferenças
salariais e de tratamento existentes
nas duas fábricas”, disse Paulo Cayres,
diretor da CNM-CUT e trabalhador na
Ford de São Bernardo.

Ele disse que a troca de informações
entre os trabalhadores facilita a ação sindical
e impede de a empresa levar vantagem.

Paulão afirmou que os comitês permitem
ao pessoal conhecer as condições de
cada planta e fazer uma pauta única a partir
das melhores condições de cada acordo.

Pessoal na Ford fez encontro nacional

Com a presença de 30 metalúrgicos,
foi realizado no final de semana o 4º Encontro
dos Trabalhadores na Ford que, entre
outras decisões, deu encaminhamento
à criação do comitê nacional.

Os participantes também aprovaram
uma pauta de atuação comum levando
em conta as melhores condições de cada
planta.

Paulão destacou a importância desses
encontros, pois são neles que os trabalhadores
conhecem a realidade de cada fábrica.
“Além disso, há um fortalecimento da
atuação sindical”, concluiu.