Continuaremos a construir um Brasil melhor
2005 não foi um ano qualquer. Foi um marco para todos nós metalúrgicos. Pela segunda vez fechamos um acordo salarial válido por dois anos – conquista inédita em qualquer categoria no Brasil. O fato de sabermos o aumento real que teremos no próximo ano nos dá mais tranqüilidade para nos dedicar a outras batalhas também importantes.
Em 2005 tivemos ainda outra vitória. Os metalúrgicos do ABC lucraram quase R$ 250 milhões de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Mais de duzentas empresas estão pagando PLR no ABC, número que vem crescendo a cada ano. Existem casos de fábricas com dez trabalhadores que já recebem PLR, conquista que só uma categoria de luta é capaz de garantir.
Inovamos na luta pela tarifa zero, outra maneira de transferir renda de quem tem muito dinheiro para o bolso dos trabalhadores.
Luta, aliás, que nos deu outra vitória. Nos últimos cinco anos, nosso Sindicato costurou um acordo com a Ford que acaba de ser viabilizado. A unidade de Taboão vai produzir um novo carro, o que vai permitir não só a manutenção dos empregos atuais como a criação de outros postos de trabalho indiretos. Como a idéia é começar a comercializar o novo produto só a partir de 2008, os trabalhadores vão ter uma boa margem de segurança e tranqüilidade. Apesar da posição contrária de certos analistas adeptos do pessimismo, o acordo na Ford mostra como a região do ABC é ainda próspera e aberta ao desenvolvimento industrial.
Em 2005 melhorou nossa organização nas fábricas. Expandimos os Comitês Sindicais de Empresa (CSE). Entramos agora pela porta da frente de algumas fábricas, onde até pouco tempo não aceitavam a organização dos trabalhadores. Cresceu nossa força e também o número de metalúrgicos. Nos últimos dois anos, foram criados 260 mil novos empregos na categoria em todo o País. Este crescimento só foi possível graças à expansão econômica propiciada pelo governo Lula.
Tivemos ainda embates importantes para fazer valer os nossos direitos, como as mobilizações na Volks por contratações e PRL, a luta do companheiro Pica-Pau na Grob e as mobilizações nas fábricas do Grupo 9 por um acordo salarial.
Por trás das notícias negativas que os grandes jornais adoram fabricar, há um Brasil real que não para de crescer. É aí que começa um terrível jogo. Como o País melhora, a elite ficou incomodada porque não aceita um trabalhador governando e construindo um País socialmente mais justo.
Neste combate se insere o duro ataque ao movimento sindical e à luta dos trabalhadores em várias regiões. Alguns dirigentes pagaram sua luta com a vida.
Mas nós não vamos desistir. Não vamos perder nossas conquistas nem muito menos abrir mão de direitos adquiridos com a força dos movimentos sociais deste País. Nós somos fortes. Vamos continuar ajudando na construção de um Brasil melhor. Melhor para nós. Melhor para nossos filhos. Nossa diretoria espera que todos nós tenhamos um excelente Natal. Esperamos ainda que em 2006 nossos sonhos mais simples se tornem cada vez mais reais.
José Lopez Feijóo
presidente do Sindicato