Ford: Acordo traz tranquilidade ao chão de fábrica
Foi na certeza de contar com seus empregos que os companheiros e companheiras na Ford aprovaram ontem o acordo que possibilitará a produção de um novo modelo na planta de São Bernardo. “O importante é que os empregos e direitos serão preservados”, salientou o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo. Esse é um modelo de política industrial feito na prática, diz o diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Mário Salerno.
Investimento e emprego garantidos
Foi na certeza de contar com seus empregos que os companheiros e companheiras na Ford aprovaram ontem o acordo que garante a produção de um novo modelo de carro na planta de São Bernardo. O acordo traz uma série de remanejamentos de pessoal e traz mudanças pontuais em horários.
“O importante é que os empregos e direitos serão preservados”, salientou o presidente do Sindicato José Lopez Feijóo, na assembléia com o pátio lotado ontem pela manhã.
A Ford não adiantou detalhes do novo carro, apenas que será um compacto para disputar o mercado de populares. Os investimentos para seu desenvolvimento irão girar em torno de R$ 230 milhões.
Para Feijóo, o importante é que o produto seja um sucesso e tenha derivados, traga novos fornecedores e gere novos empregos.
“Esse acordo é resultado da capacidade da nossa organização. Foi a paciência de vocês que trouxe essa vitória”, comentou o presidente do Sindicato sobre todo o processo de luta que se arrastou nos últimos seis anos, desembocando na vinda do novo produto.
Feijóo também fez questão de valorizar a atuação de Luiz Marinho e do presidente Lula nessa conquista. “Não fosse a visão estratégica de Marinho não estaríamos aqui votando essa proposta. E Lula recebeu a vice-presidente mundial da empresa para ratificar o desejo da Ford permanecer no ABC “.
Por fim, ele lembrou do papel da representação interna. “O pessoal tirou leite de pedra nesse processo de negociação”, salientou Feijóo.
O clima é de conquista
“Fiz até um financiamento para a compra de minha casa própria”, disse o montador Reginaldo da Silva, a respeito da tranquilidade que o acordo traz para a manutenção do emprego.
Para Wilson Aparecido Boos, o Ditinho, também montador, “é uma vitória geral depois de seis anos de briga”.
O eletricista Sidnei Pucca afirma que o Sindicato merece uma homenagem pelo acordo. “É um marco. Há um tempo atrás achei que a fábrica fecharia”.
Segundo José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, membro do SUR, o acordo representa a esperança de um futuro bom. “Se considerar que o novo carro será produzido até 2.017, já podemos até pensar em novos produtos”, planeja.
“O acordo é fantástico, pois a Ford teve toda a facilidade para ir embora daqui”, comentou o montador Geraldo de Souza.
Todos os companheiros ouvidos foram demitidos no final de 1998 e retornaram à produção com o desenrolar da luta.