Ford: Conquistas na greve em Camaçari
Com a conquista de 15% de aumento real, em média, e o atendimento de uma série de reivindicações como comissão de fábrica, melhorias no transporte e alimentação, os trabalhadores na Ford Camaçari, da Bahia, voltam hoje ao trabalho após cinco dias de greve.
Os principais motivos da paralisação foram os baixos salários pagos pela Ford na Bahia e o transporte dos trabalhadores. O salário médio é R$ 500,00, 35% do pago pela empresa em São Bernardo e menor até que a média local, de R$ 800,00. Eles vão ao serviço em ônibus de linha e não têm qualquer organização no local de trabalho. A falta de diálogo acabou provocando uma insatisfação muito grande entre os companheiros, que acabaram entrando em greve.
Solidariedade – Em assembléia ontem à tarde, os trabalhadores aceitaram as propostas feitas pela montadora, que garantiu que não haverá demissões. O coordenador do SUR e do Comitê Sindical da Ford Taboão, Rafael Marques da Silva (foto), participou da assembléia e afirmou que discutirá com os trabalhadores na fábrica em São Bernardo como prestar solidariedade se houver retaliação.
A proposta da Ford foi 8,1% de aumento médio, redução de 6% para 1% do salário do custo do transporte; e diminuição de 3% para 1% do desconto pelo vale alimentação. Somadas, as conquistas representam 15% de ganho real. Serão formadas comissões de Fábrica, de Ergonomia e de Transportes, além de discutido um Plano de Cargos e Salários.
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia, Hélio Soares, considera o movimento vitorioso. “O reajuste é um aumento real agora, quando nossa data-base é julho. A própria decisão dos trabalhadores entrar em greve foi uma grande vitória pois muitos deles estão em seu primeiro emprego, com menos de um ano de fábrica, pouco mais de 20 anos de idade”, concluiu.