Dois mil trabalhadores param vários setores na Mercedes por quatro horas

Quase dois mil trabalhadores voltaram a parar ontem pela manhã na Mercedes, em São Bernardo, contra a atitude unilateral da fábrica em pressionar os companheiros a pedirem demissão. A mobilização durou quatro horas e percorreu vários setores, com volta aos postos de trabalho após o horário do almoço.

Há exatamente uma semana, cerca de mil companheiros cruzaram os braços na montadora, também contra atitude da empresa em tensioná-los para pedir demissão.

De acordo com o coordenador do CSE, Aroaldo Oliveira da Silva (foto), o protesto aconteceu porque a empresa tomou medidas intransigentes, demitindo trabalhadores com doenças ocupacionais e sem nenhum tipo de histórico ruim e companheiros fora do Processo de Demissão Voluntária, o PDV.

“O Sindicato está lutando contra essas medidas. Queremos que a empresa reveja sua posição quanto a estas demissões”, afirmou Aroaldo. “São decisões arbitrárias e vamos combatê-las para assegurar o emprego dos trabalhadores”, prosseguiu.

“Nesta segunda-feira paramos algumas áreas técnicas, como o laboratório, a qualidade, a garantia, a ferramentaria, o protótipo e, junto aos companheiros da linha de caminhão, fizemos uma caminhada até a área de desenvolvimento da fábrica, onde os companheiros aderiram à mobilização”, prosseguiu Aroaldo.

Assembleia unificada

Após a passeata pela fábrica, os trabalhadores participaram de uma assembleia unificada na área de desenvolvimento e definiram que manterão as mobilizações enquanto durarem as negociações com a empresa. “Também foi decidido que vamos lutar para encerrar com todas as horas extras na Mercedes”, avisou Aroaldo.

“A unidade e a mobilização são muito importantes porque neste exato momento estamos negociando várias pautas importantes com a empresa”, avaliou o dirigente.

Para o membro da coordenação do CSE, Max Pinho, há ainda outras questões por vir.

“Uma delas, por exemplo, é sobre o futuro da fábrica. Queremos garantir a Mercedes na região por muitos anos ainda”, finalizou Max.

Da Redação