250 trabalhadores na Mercedes retornam à produção

Sindicato acerta ao apostar na retomada da economia. Venda de caminhões volta a crescer e permite o retorno para a produção trabalhadores em lay-off na Mercedes, em São Bernardo


Luta continua pelos outros trabalhadores em lay-off, disse Moisés. Foto: Raquel Camargo / SMABC

Na primeira semana de janeiro do ano que vem, 250 trabalhadores que estavam em lay-off (com contrato suspenso, recebendo salário integral e fazendo cursos de formação) na Mercedes-Benz em São Bernardo voltarão ao trabalho.

O retorno desses companheiros mostra que o quando, em maio deste ano, assinou acordo com a montadora e preservou o emprego de 1.500 metalúrgicos em um momento que o setor de caminhões enfrentava problemas.

“Sempre acreditamos que a defesa do emprego é o bem mais importante para o trabalhador e que o setor de caminhões e ônibus voltaria a entrar nos eixos”, afirmou Moisés Selerges, diretor de Organização do Sindicato e membro do CSE na Mercedes.

“Este cenário ficou claro quando discutimos várias alternativas com os trabalhadores para preservar os empregos, como o acordo de lay-off”, prosseguiu.

“Nossa luta não terminou, pois ainda temos companheiros com contrato suspenso que não estão na produção. Só estaremos satisfeitos quando a economia for mais robusta e os trabalhadores estiverem de volta aos seus postos”, completou o dirigente.

Ações
Enquanto assinava o acordo que manteve o emprego da companheirada na Mercedes, o Sindicato agiu para que o governo federal tomasse medidas que reaquecessem o setor, já que a venda de caminhões acumulava sucessivas quedas por causa da entrada em vigor da norma Euro-5, que mudou a fabricação dos motores desses veículos.

Uma das medidas propostas foi um programa de renovação da frota de caminhões, que foi bem recebido pelo governo federal e está em estudos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Em agosto o governo reduziu a taxa de juros para compra de caminhões, máquinas e equipamentos, dentro das linhas de financiamento do BNDES.  O percentual caiu de 5,5% para 2,5% por ano, índice menor que a inflação do período.

Essa medida faz parte do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado pelo governo há três anos (leia matéria abaixo).

Dois meses depois, o setor começou a sentir os efeitos da medida. Segundo dados da Fenabrave, associação que reúne vendedores de veículos, a média diária de licenciamentos de caminhões cresceu 31% e passou de 517 unidades em outubro para 677 unidades em novembro, considerando vendas até a metade do mês.

Mantega renova estímulo a investimentos
Na semana passada, o ministro Guido Mantega anunciou que renovaria o PSI por mais um ano (ele venceria em dezembro deste ano), prorrogando os juros baixos para compra de caminhões, ônibus e equipamentos.

O Programa de Sustentação do Investimento (PSI) foi criado pelo governo federal em 2009, no auge da crise econômica, como medida para enfrentar o momento ruim.

Com ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu várias linhas de crédito com juros mais baixo, para estimular a produção e compra de bens de capital e a inovação tecnológica.

Da Redação