Mercedes-Benz: Fábrica fica em MG. Mas apreensão continua

Depois de toda a pressão dos trabalhadores, a Mercedes-Benz manterá a fábrica de Juiz de Fora, com a produção do Classe C e o nível de emprego atual. A notícia, no entanto, não reduziu o clima de apreensão entre o pessoal.

Valter Sanches, diretor do Sindicato e da Confederação dos Metalúrgicos da CUT (CNM), explica que o volume de produção previsto, seis mil carros por ano, é pequeno e não agrega valores.

O modelo virá desmontado da Europa (CKD) e depois será exportado para os Estados Unidos. Todas as peças virão prontas, desarticulando a rede de fornecedores da montadora.

“O modelo anterior, pelo menos, recebia a montagem bruta em Juiz de Fora, como armação e pintura”, afirmou.

Outro problema é que o carro será substituído em 2006. “E depois, virá um novo modelo?” questiona Sanches, acrescentando que ano que vem termina o acordo da montadora com o governo mineiro. “Os trabalhadores acham que o anúncio foi apenas um paliativo para a fábrica cumprir o prazo do acordo. Depois disso, as dúvidas permanecem”, afirmou.

No mês passado, quando a Mercedes disse que não fabricaria mais o modelo Smart, os companheiros fizeram uma série de mobilizações, tanto aqui como em Minas.

Além da ameaça ao emprego, a bronca era contra a falta de compromisso, já que a multinacional recebeu um volume imenso de benefícios para se instalar em Minas.