Elizabeth é a primeira mulher na produção da Rolls-Royce

Foto: Raquel Camargo / SMABC

Com apenas 26 anos, a técnica em química Elizabeth Batista Lopes é a primeira mulher a ser contratada para trabalhar na área de produção na Rolls-Royce, em São Bernardo. Antes de sua chegada, em maio deste ano, as contratações femininas eram para as áreas administrativas.

Elizabeth conta que estuda química e metalúrgica desde 17 anos, sempre pensando em fazer carreira nessas áreas, e já tem seis anos de experiência em empresas da base. Antes trabalhou na Continental Parafusos, em Diadema.

“Cheguei ao ABC muito nova, vinda do interior de Minas, e logo percebi que essas duas áreas tinham muitas oportunidades de trabalho”, recordou. “Resolvi aproveitar”.

Logo fez cursos de laboratorista industrial na ETE Lauro Gomes e se formou em química na Faculdade São Bernardo. Ainda hoje ela estuda. Sai da fábrica e vai direto para o curso Técnico em Metalurgia no Centro Educacional Fundação Salvador Arena.

A dedicação ao trabalho e aos estudos tomou todo o tempo de Elizabeth. “Primeiro quero terminar o curso técnico. Só depois pensar em sair, em ver uma novela”, revelou.

Solteira, elogiou o comportamento dos companheiros na Rolls-Royce por serem respeitosos e profissionais. “Não recebi nenhuma cantada. E também não dou abertura pra isso”, disse, aos risos.

Feliz com a oportunidade na empresa, Elizabeth deixou a receita para as mulheres que desejam seguir o mesmo caminho. “Acredite em seu sonho, tenha foco, seja honesta e busque isso. Não há diferença entre homens e mulheres quando se trata do que você deseja”, concluiu.

Trabalhadoras competentes
“Esperamos que ela seja a primeira de várias mulheres na produção”, afirmou Rogério Fernandes, o Rogerinho, coordenador do CSE na empresa.

Segundo ele, a contratação de companheiras pela Rolls-Royce é uma antiga pauta dos trabalhadores. “Sempre que questionamos a empresa a respeito do assunto, ela respondia de que tinha dificuldades de encontrar profissionais qualificadas”, relembrou.

 “Acredito que com o exemplo de Elizabeth a Rolls-Royce vai mudar de opinião e abrir as portas a muitas trabalhadoras competentes, a quem falta apenas uma oportunidade de mostrar seu valor”, afirmou.

Da Redação