Elas já tem 180!

Yasmin e Giovanna são as primeiras filhas de metalúrgicas do ABC a se beneficiar da campanha Da Licença eu Quero 180, desenvolvida pelo Sindicato para estender o período da licença maternidade de 120 para 180 dias.


Simone, Sergio Nobre, Maria José e Zé Mourão, do Sindicato, com Isaias Zanelato, da SMS, assinam o acordo de 180 dias

Yasmin e Giovanna são as primeiras

Yasmin é um bebê desorte. Será amamentada até os seis meses por sua mãe e assim terá a saúde protegida. Ela é uma das primeiras beneficiadas pela campanha Da Licença eu Quero 180, que o Sindicato promove para estender a licença maternidade de quatro para seis meses.

A mãe de Yasmin, Michelle Almeida Ferreira, de 30 anos, compradora na SMS, está cheia de expectativas. Quando nasceu seu primeiro filho, o Yohan, hoje com 7 anos, a campanha ainda não existia. Michelle voltou ao serviço quando a criança tinha apenas três meses.

“Tive que retornar ao trabalho e ficava muito preocupada. Precisava sair correndo na hora do almoço para amamentar o Yohan e, no fim, acabei dando mamadeira antes dos seis meses”, conta a mãe.

Mas hoje, com a Yasmin, a história de Michelle será bem diferente. “É muito bom. Amamentar é um ato de amor e agora vou poder proporcionar isso à minha filha com mais
intensidade”, afirma.

Campanha
A Campanha foi lançadurante o 2º Congresso da Mulher Metalúrgica e luta para que as trabalhadoras mães tirem 60 dias a mais de licença.

A empresa não tem gastos extras. O INSS continua arcando com o salário da trabalhadora por 120 dias. Os outros dois meses são pagos pelos patrões que, em troca, recebem isenção de impostos.

Todas as trabalhadoras devem solicitar à empresa a prorrogação da licença de 180 dias até um mês depois do parto. Uma vez conquistada por uma companheira, o benefício passa a valer para todas as outras.

Rinite
Foi o que aconteceu com Fernanda de Paula Zanutto, analista de RH, de 36 anos, mãe de Giovanna e trabalhadora na Toledo, em São Bernardo. Ela foi a primeira mãe a ser beneficiada pela campanha.

“Quando estava para ter meu bebê, o pessoal do Comitê Sindical me avisou que a Toledo havia acabado de aderir à campanha. Fiquei muito feliz, porque quando voltar ao trabalho ela já estará maiorzinha e a minha preocupação será menor”, diz.

A amamentação será fundamental para a saúde do bebê. “Minha médica falou que, como eu tenho rinite, a Giovanna teria 75% de chances de ter também. Mas, com a amamentação por mais tempo, pode ser que ela nem desenvolva o problema”, conclui Fernanda.

SMS é a terceira a aderir
A SMS é a terceira empresa a entrar na campanha.

A adesão ocorreu sexta-feira passada. Toledo e Uniforja foram as primeiras.

Maria José da Silva, do Comitê Sindical na SMS, conta que a pauta dos 180 dias foi entregue à fábrica pouco antes do Congresso das Mulheres e a confirmação veio na semana passada. A empresa tem cerca de 700 trabalhadores, sendo 200 mulheres.

“É um grande avanço por causa do elevado número de mulheres na SMS”, disse Maria José.

“Este acordo é mais um passo para que a reivindicação avance para toda a categoria”, concluiu.