Trabalhadores param em defesa do emprego

Greve decretada ontem dá continuidade ao movimento que pressiona por acordo alternativo às demissões.


Trabalhadores na TRW querem alternativas

Os companheiros na TRW prosseguiram a luta em defesa de seus empregos paralisando a produção. Em assembléias realizadas pela manhã e à tarde, eles decidiram continuar de braços cruzados até a fábrica negociar um acordo alternativo às dispensas.
Na semana de Natal, a empresa anunciou, por telegrama, a demissão de 172 metalúrgicos. Em resposta, mais de 500 pessoas participaram de ato de protesto na porta de fábrica, em janeiro, que garantiu a abertura de negociações.
Desde então, o Sindicato se empenha em encontrar uma alternativa.


Capacidade
Segundo Davi Carvalho, coordenador da Regional Diadema, as negociações continuam, mas agora com a pressão dos trabalhadores.
“A TRW tem capacidade de apresentar uma proposta que solucione o impasse”, afirmou.
Hoje, uma nova assembléia define os rumos do movimento.

 Fábrica muda desde o ano passado
As mudanças na TRW tiveram início no segundo semestre do ano passado, quando começaram a ser alteradas a disposição das máquinas, indicando uma nova estrutura de produção.
Aliás, a produção vinha em alta para acompanhar o crescimento do setor. Jornadas de domingo a domingo eram comuns.
Diante das transformações, Sindicato e Comitê Sindical procuraram a empresa para saber o que ocorria. As conversas foram interrompidas quando a TRW anunciou as demissões.

Truculência
Os telegramas anunciando as demissões deviam chegar aos companheiros em 20 de dezembro, mas a empresa não esperou o aviso ser entregue a todos.
Na noite do dia 19, as chefias mandaram os trabalhadores da noite deixarem o turno imediatamente. Mantiveram a fábrica fechada no dia 20 e fixaram na portaria uma lista com os nomes de quem pretendiam demitir.