Metalúrgicos alemães entram no quinto dia de paralisações

Categoria reivindica aumento salarial de até 8% para os 3,6 milhões de trabalhadores. Categoria já fechou acordo com a Volkswagen

Os trabalhadores no setor metalúrgico alemão entram nesta quinta-feira no quinto dia de greve de advertência com paralisações intermitentes e seletivas. O presidente do sindicato IG Metall, Berthold Huber, adivertiu que se até a próxima terça-feira, se não houver acordo, será declarada greve por tempo indeterminado.

As paralisações da quarta-feira foram mais específicas do que as realizadas no dia anterior, quando mais de 162 mil trabalhadores se somaram às greves de advertência. Um dos pontos centrais das ações de protesto desta vez foi, segundo anunciou o sindicato, a sede da montadora Opel (GM da Alemanha) em Rüsselhseim, mas também em outras plantas da companhia.

Huber afirmou que o objetivo não é buscar a greve, “mas sim um resultado justo para os trabalhadores e as empresas”, porém a oferta atual oferecida pelos patrões “está muito longe do ideal”.


O sindicato reivindica um aumento salarial de até 8% para os 3,6 milhões de trabalhadores no setor, enquanto os patrões ofereceram até o momento um aumento de 2,1% nos salários e um suplemento, por meio de um pagamento extra de 0,8% do salário anual para os meses de novembro e dezembro.

Primeira vitória
Os metalúrgicos alemães conseguiram a primeira vitória na queda de braço com as empresas do setor e fechou acordo com a Volkswagen relativo ao futuro de 9,2 mil funcionários. A fabricante concordou em absorver como funcionários, a partir de 1º de janeiro do ano que vem, 4,2 mil operários que faziam parte da subsidiária Auto 5 mil e que atuavam nas linhas de montagem dos modelos Touran e Tiguan.

 Criada em junho de 2006 em parceria com o governo, a Auto 5 mil tinha o objetivo de empregar profissionais que estavam fora do mercado há mais de dois anos.

A empresa também aceitou aumentar em três etapas, a partir de janeiro, os salários de 5 mil operários temporários que trabalham em seis fábricas na região Oeste da Alemanha. Os trabalhadores receberão ? 13,70 por hora no primeiro semestre, ? 15,30 a partir do sétimo mês e ? 16,96 depois do 19º.

Para Hartmut Meine, líder do sindicato na Baixa Saxônia, o acordo foi um excelente compromisso: “Demos um passo decisivo para atingir nosso objetivo de obter níveis salariais iguais.”

Os apelos dos trabalhadores são recebidos com frieza pelas empresas que oferecem aumento máximo de 2,9%. Na opinião de Norbert Reithofer, presidente da BMW, as reivindicações do sindicato são incompatíveis com a economia atual. A BMW anunciou na terça-feira, 4, redução nos lucros para este ano.

Da CNM