A maior montadora do mundo

A indústria automobilística
brasileira vive um dos
melhores momentos da história.
No ano passado foram
produzidos quase 3 milhões
de veículos e, ao que tudo
indica, o ano de 2008 baterá
um novo recorde de produção.

Se 2007 foi um ano glorioso
para todas as montadoras,
imagine para a Fiat em
Betim, que se tornou, na prática,
a maior fábrica de automóveis
do mundo. Graças à
velocidade alucinante para
se montar uma mercadoria
com milhares de peças (um
carro a cada 45 segundos),
a empresa construiu 717 mil
veículos no ano passado (17
mil a mais do que sua capacidade
de produção).

As maiores

Há duas montadoras no
mundo com a capacidade de
produção maior que a Fiat,
em Betim. Uma é a fábrica
da Volkswagen em Wolfsburg,
Alemanha, com capacidade
para produzir 746
mil veículos por ano.

A outra é uma fábrica
russa associada a Renault
chamada Avto VAZ, que é
capaz de produzir 725 mil
automóveis por ano. Como
nenhuma das duas conseguiu
atingir a meta em 2007,
e a Fiat ultrapassou a capacidade
de produção, o título
de maior fábrica de automóveis
do mundo passou a ser
da montadora mineira.

Não há como negar que a
Fiat está crescendo no Brasil.
Ela tem funcionado num
ritmo de cidade com a entrada
diária de 3,2 mil caminhões
na fábrica, entre
entrega de suprimentos no
regime just in time e cegonhas
para o abastecimento
de concessionárias.

Recentemente, a montadora
anunciou a aquisição
da fábrica de motores Tritec,
no Paraná, e pretende
fazer dela seu maior centro
de desenvolvimento de
motores.

O outro lado

Pelas notícias que nos
chegam parece até que a fábrica
é um paraíso. Porém,
a empresa que se vangloria
de há 24 anos não ter uma
greve, ainda continua com
uma política de marginalização
do sindicato.

Em nossa memória ainda
está gravado o confronto
entre policiais e sindicalistas
no ano de 1999, onde a
Fiat de modo violento tentou
impedir o protesto pelo contrato
coletivo nacional para
o setor automotivo.

A verdade é que muitas
coisas podem ter mudado e
melhorado, porém muitas
ainda continuam como antigamente.

Como a jornada de trabalho
que continua superior
ao das montadoras do
ABC, e os salários dos trabalhadores
que são menores
que os dos metalúrgicos
daqui.

Subseção DIEESE