Até nas microempresas bons acordos foram negociados este ano
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC já negociou, até hoje, acordos de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) com 107 empresas. São mais de 60 mil trabalhadores beneficiados até agora. A base do sindicato é de 108 mil trabalhadores.
Este ano, além das já tradicionais negociações com empresas de grande porte como as montadoras e grandes autopeças, o sindicato negociou e conquistou boas PLRs até em empresas pequenas – com 30, 20 e até 10 empregados – e também prestadores de serviços (as chamadas terceirizadas) nas montadoras. Em algumas fábricas é a primeira vez que os trabalhadores receberão PLR. Entre elas, estão a Bozza e Miroal, de São Bernardo do Campo; Fundição Chuí, de Santo André; e Welcon (Fasstel e Wortel), Eletrocoating e Forjaria Fav, de Diadema – esta última com apenas 10 empregados.
O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, lembra que desde que a participação nos lucros foi garantida pela Constituição Federal – artigo 7º, inciso 11 – os metalúrgicos do ABC lutam para que toda a categoria receba o benefício. Desde 2000, quando a medida provisória que garantia o benefício virou lei, o trabalho de conscientização dos direitos dos trabalhadores foi fortalecido e a ação sindical está se traduzindo em resultados extremamente positivos. A ampliação no número de trabalhadores beneficiados no ABC é resultado de uma ação sindical eficiente que visa sempre garantir os direitos dos trabalhadores, diz Feijóo.
Os trabalhadores das fábricas de grande e médio porte já receberam a primeira parcela da PLR, negociaram o valor total e marcaram a data para recebimento da segunda parcela, a maioria em dezembro- casos da Scania, Daimler Chrysler, Malhe Metal Leve, por exemplo. Nas pequenas, muitos receberão a primeira parcela no fim deste mês e no mês que vem.
Percentual negociado é maior
Na média, o valor de PLR negociado este ano é 20% maior do que em 2004. No entanto, tem fábricas, onde os valores negociados chegaram a ser de mais de 60% do valor do ano passado, como é o caso da Backer (São Bernardo do Campo) e Tanesfil (Mauá).
Em 2003, o PLR dos metalúrgicos do ABC somou mais de 129 milhões de reais. Em 2004, o valor foi de cerca de 200 milhões de reais. Este ano, os resultados serão consideravelmente maiores do que em 2004. Considerando apenas os resultados obtidos até agora, a PLR dos metalúrgicos do ABC de 2005 somará um total de 202 milhões de reais. Mas ainda temos um potencial de negociação considerável até o fim da campanha, assegura Feijóo.
Segundo ele, este é o resultado do trabalho de uma categoria que tem consciência plena de que significa a PLR para o trabalhador e para a economia do País. A PLR é, antes de tudo, um direito do trabalhador e também um poderoso instrumento de distribuição da renda nacional que provoca impacto no comércio. É um grande volume de dinheiro que vai para o consumo, ajudando a aumentar a produção e a gerar mais empregos. Só a PLR das montadoras vão injetar no comércio do ABC e da região metropolitana de São Paulo mais de 170 milhões de reais, conclui Feijóo.