APEOESP ingressará com ação judicial contra o Saresp

Uma série de irregularidades na aplicação da prova do Saresp – amplamente divulgadas pela imprensa – levou a APEOESP (Sindicato dos Professores da rede Oficial do Ensino do Estado de São Paulo) a ingressar com uma ação coletiva para anular a avaliação. A aplicação do Saresp a 2,5 milhões de alunos, realizada nos dias 17 e 18 de novembro, ocorreu com muitos erros e problemas que colocam em xeque a sua credibilidade. Há relatos de gabaritos e folhas de respostas que não correspondiam às respectivas disciplinas, uso de celular durante a prova e até mesmo imagens de uma professora auxiliando um aluno a responder às questões.

Como é de conhecimento geral, os resultados do Saresp, consolidados no IDESP (Índice do Desenvolvimento Educacional do Estado de São Paulo), são a base para a definição dos valores a serem pagos às equipes escolares na forma de Bônus Resultado. Isto significa que o modo como é realizada a prova do Saresp afeta diretamente os professores e demais profissionais do magistério, pois altera os valores dos bônus a que terão direito. “As falhas provocarão distorções na nota. E os professores terão bônus de acordo com o desempenho do aluno. Se distorce o resultado dos alunos, distorce o dos professores também”, comentou a presidenta da APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.

“Estamos a ingressar na Justiça para preservar os direitos da nossa categoria”, explicou Bebel. A presidenta da APEOESP denunciou ainda que, além das irregularidades constatadas, o fato de  estarem sendo utilizados professores da própria rede estadual de ensino para a aplicação das provas, quando eles não são “agentes capazes”, na forma da lei, para esta finalidade, corroborou para a decisão do sindicato em ingressar na Justiça.

Bebel lembrou ainda que “é pública a posição da APEOESP contra a forma como o Saresp é concebido e aplicado, assim como é pública nossa discordância quanto à utilização do IDESP para o cálculo do bônus aos professores; tendo em vista que queremos salários e não bônus e gratificações”. A sindicalista entende, contudo, que se o Saresp existe, como qualquer outro programa governamental deve ser implementado com competência e seriedade. “A forma como foi realizado não apenas coloca em questão a credibilidade dos resultados, mas também significa um inaceitável desperdício do dinheiro público, em nada contribuindo para a melhora da qualidade do ensino”, concluiu.

 

Da Apeoesp