Audiência pública no Senado amplia diálogo sobre o PPE

Foto: Vinícius Ehlers/CDH Senado

O presidente do Sindicato, Rafael Marques, defendeu o Programa de Proteção ao Em­prego, o PPE, durante audiência pública promovida pela Co­missão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal.

O presidente da Comissão, senador Paulo Paim, convidou Rafael também como represen­tante da CUT para participar do encontro realizado na ma­nhã de ontem.

Rafael destacou a importân­cia de debater o assunto com diversos setores da sociedade. “A elaboração de uma política pública é sempre complexa. Essa discussão nos permitiu ampliar o diálogo, o que é fun­damental. Os diversos setores representados na audiência demonstraram que têm mais pontos de consenso em relação ao PPE do que divergências”, afirmou.

O presidente deu como exemplo o diálogo com en­tidades como a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, a Anama­tra, e a Confederação Nacional das Profissões Liberais, que já haviam manifestado preocu­pações em relação ao Programa e, segundo ele, saíram mais tranquilos da audiência.

Durante o debate, o presidente lembrou que o PPE começou a ser idealizado em 2011, como um instrumento para preserva­ção dos empregos em períodos de crise, quando há reconhe­cidamente influência externa. “Não é um instrumento voltado para crises ocasionadas por erro de gestão da empresa”, reforçou.

Rafael também destacou que há um bloqueio no debate sobre a crise atual. “Não se dis­cute o contexto do que ocorre hoje no Brasil. O setor indus­trial vem sofrendo com a perda de elos da cadeia produtiva, fruto da abertura econômica indiscriminada nos anos 80 e 90”, explicou.

“Por isso, é fundamental debater os caminhos possí­veis para o Brasil e buscar entendimento entre lideranças, trabalhadores, empresários e a sociedade para atravessar a crise mundial”, completou.

Segundo o presidente, o deba­te teve também um caráter de luta contra a precarização do trabalho, já que o PLC 30, anti­go PL 4330, está em tramitação no Senado. “É uma medida muito perigosa se for votada sem o debate apropriado. Foi o que ocorreu na Câmara, resultando na aprovação da terceirização indiscriminada”, reforçou.

Da Redação