Falta de água envergonha o Estado mais rico do País

São Paulo, o Estado de mais rico do País, vive a maior crise de falta de água de sua história, com o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira (foto) em 7,4% de sua capacidade, o que já afeta a indústria e o emprego.

A falta de investimento no setor de abastecimento hídrico pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) é apontada como a principal causa do problema.

Apenas em julho, a indústria paulista registrou cerca de três mil demissões por problemas de abastecimento em empresas que dependem de água para a produção.

O secretário Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, afirmou ontem que o atual volume de água do Sistema Cantareira abastece a população até novembro.

“Continuando sem chover, o sistema, que atende 6,5 milhões de pessoas só na Grande São Paulo, nos garantiria mais 52 dias. Isso aí dá até o dia 21 de novembro com o volume que eu tenho agora”, disse.

O ex-presidente Lula definiu bem a situação ao alertar os prefeitos Carlos Grana e Luiz Marinho durante comício em Santo André, na quarta-feira, dia 24. “Se vocês não tomarem cuidado, eles virão à noite buscar água da Billings”, afirmou.

Sem chuva, reservas terminam em novembro, diz secretário

A situação é tão grave, que o reservatório Rio Grande, braço da represa Billings que atende grande parte do ABC, também está sendo atingido pela falta de obras estruturais e tem o menor índice registrado nos últimos cinco anos, com 77% de sua capacidade.

Para enfrentar a situação, Mauá foi forçada a adotar o racionamento e começará o rodízio de abastecimento a partir de 1º outubro.

Isso vai acontecer porque Alckmin mandou a Sabesp reduzir o volume de água mandado para Mauá para que pudesse atender outras cidades da Grande São Paulo, antes abastecidas pelo falido Cantareira.

Outras medidas tomadas pelo governador para o ABC mostram que não demora o alastramento do rodízio. Por exemplo, desde julho a Sabesp fez com que 1.500 residências de Santo André passassem a ser abastecidas pelo Sistema Rio Grande, o menor em armazenamento da Grande São Paulo.

Na Capital, o prefeito Fernando Haddad (PT) foi obrigado a executar ações que seriam do governo do Estado. Para evitar que as 32 subprefeituras fiquem sem água, uma empresa será contratada para executar a perfuração de poços artesianos.

Da Redação