´Curso para alunos de cotas em SP é um absurdo´, denuncia Calazans


Daniel Calazans. Foto: Rossana Lana / SMABC

O governador Geraldo Alckmin quer implantar um curso preparatório para os alunos de escolas públicas que pretendam entrar nas universidades estaduais – USP, Unesp e Unicamp – pelo sistema de cotas.

A proposta prevê que os estudantes de escolas públicas frequentem por dois anos um colégio comunitário que, na avaliação do governo, teria o intuito de nivelar os alunos considerados mais fracos pelo Estado.

No final desse período, o aluno receberia um diploma e só depois se matricularia em uma das três universidades públicas paulistas.

“A ideia de Alckmin é um absurdo”, protestou Daniel Calazans, Coordenador da Comissão de Igualdade Racial do Sindicato e membro do CSE na Scania.

“Esse curso cria um obstáculo a mais para o acesso à universidade pública dos estudantes que querem chegar ao ensino superior por meio das cotas”, prosseguiu.

“Como eles terão de estudar dois anos a mais que seus colegas, essa proposta do Alckmin acaba com o intuito de democratizar a educação superior que é o objetivo da Lei de Cotas”, afirmou Calazans.

Lei pró-cotas
São Paulo é um dos poucos Estados do País que não aceitam a lei de Cotas para as universidades estaduais. Por isso, várias entidades do movimento se organizaram na Frente Estadual de Lutas pela Aprovação de Cotas e fizeram um projeto de lei que institui o sistema de cotas para ingresso nas universidades públicas e nas faculdades de tecnologia do Estado.

O projeto, em tramitação na Assembleia Legislativa, pretende que 50% das vagas nas universidades do Estado seriam destinadas a estudantes de escolas públicas, sem qualquer necessidade de cursos preparatórios. 

“Enquanto o Brasil avança nas políticas para inclusão social, o Estado de São Paulo consegue andar para trás, como se fosse uma ilha separada do restante da nação”, comparou Calazans.

Da Redação