PIB de SP perde peso e cede R$ 57 bi a outros Estados de 2002 a 2010

Motor da economia do país, São Paulo perdeu, porém, peso no PIB nacional. De 2002 a 2010, a economia paulista cedeu 1,5 ponto percentual a outras Unidades da Federação, que tiveram maior crescimento econômico no período. Em valores, essa perda relativa corresponde a R$ 57 bilhões.

Ainda assim, o Estado de São Paulo, sozinho, ainda representava um terço (33,1%, exatos) do PIB brasileiro em 2010. O percentual era de 34,6% em 2002, segundo dados das Contas Regionais, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira.

O peso da economia paulista é maior do que a soma dos PIBs de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná –32,6%. Esses Estados integram, nessa ordem, as maiores economias regionais do país, ao lado de São Paulo. As cinco unidades da federação, juntas, abocanhavam dois terços do PIB do país (65,7%, exatos).

As demais 22 unidades da Federação ficavam com 34,3%. Esse peso, porém, era menor em 2002: 33,1%.

Segundo Frederico Cunha, técnico do IBGE, é natural o processo de descontração da economia brasileira com o avanço da renda mais acelerada principalmente nas regiões Norte e Nordeste, impulsionada por programas de transferência de renda e de promoção da agricultura familiar. O aumento da renda atraiu, diz, comércio e empresas.

“Mas os dados mostram ainda uma enorme concentração em poucos Estados. A distribuição do PIB brasileiro ainda é muito desigual.”

Cunha diz que as economias mais maduras e maiores sofrem mais com a conjuntura, beneficiando-se mais quando a economia vai bem e sentindo mais o impacto de crises. É o caso de São Paulo e Rio de Janeiro principalmente, segundo Cunha.

Perdas e ganhos
Dentre as maiores economias do país, apenas Minas Gerais ganhou peso: 0,7 ponto percentual, o maior avanço de 2002 a 2010. Em valores, o ganho relativo (em detrimento à perda de participação de outras unidades da federação) foi de R$ 26,4 bilhões. O Estado se beneficiou do crescimento da agricultura (café, sobretudo), da agroindústria (leite) e da extração de minério de ferro.

O minério impulsionou Pará e Espírito Santo também, cujo peso subiu 0,3 ponto percentual e 0,4 ponto percentual, respectivamente. Depois de Minas Gerais, foram os maiores avanços ao lado de Santa Catarina (0,3 ponto).

Fora São Paulo, as maiores perdas foram das economias fluminense –de 0,8 ponto percentual, apesar do aumento da produção de petróleo– e da gaúcha (0,4 ponto), prejudicada por sucessivas secas que afetaram a agropecuária e a cadeia de fornecedores (máquinas, defensivos etc), que é forte no Estado.

Da Folha Online