Cortadores de cana usam crack para suportar jornada de 14 horas
Durante visitas feitas aos municípios paulistas, deputados estaduais receberam denúncias de que usineiros estão incentivando o uso do crack entre os cortadores. a apresentação de um relatório produzido pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, nesta terça-feira (20). O levantamento indica que jovens com idade entre 16 e 25 anos representam 57% dos usuários da droga em São Paulo.
Para Daniel Adolpho Assis, advogado do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDECA), a situação é resultado da disseminação do crack no interior e faixa litorânea do país. Ele acrescenta que os jovens são as maiores vítimas da superexploração do trabalho.
“Ainda não foi exterminado o trabalho forçado e o trabalho escravo propriamente dito no Brasil. Há muita gente que ainda morre por exaustão. Ou seja, por efeito negativo e danoso na saúde a partir da exploração do trabalho. O crack vem para anestesiar, sendo uma droga potente e extremamente aditiva, que causa dependência rapidamente.”
O crack é consumido no mesmo percentual que o álcool em municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes. Apenas 12% dessas localidades recebem recursos federais para programas de enfrentamento ao problema. Já os repasses estaduais chegam em apenas 5% dos municípios.
Uma pedra de crack pode ser comprada por até R$ 2. O uso crônico provoca perda de peso e aumenta o risco de infecções. O usuário pode apresentar quadros de psicose, agressividade, paranóia e alucinações.
Da Radioagência NP