Desemprego entre os jovens fica em 13,3% na região ABC

Dados mostram que taxa é positiva levando-se em conta a crise para os jovens na zona do euro

A taxa de jovens desempregados no ABCD ficou em 13,3% entre 2011 e 2012, índice considerado positivo, principalmente em relação ao crescimento do desemprego entre os jovens na zona do euro. Os dados são da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), realizada pela Fundação Seade/Dieese, divulgados nesta quarta-feira (17/07) pelo Consórcio Intermunicipal, órgão que reúne os prefeitos da Região. A pesquisa é referente aos jovens de 16 a 29 anos inseridos no mercado de trabalho do ABC.

O índice na Região foi considerado positivo principalmente se for verificado o crescimento do desemprego na União Europeia, dentre os 27 países que integram o bloco. Dados de maio indicaram que na Grécia, entre os jovens abaixo dos 25 anos, a taxa era de 59,2%; na Espanha, 56,5% e em Portugal, 42,1%.

Já o desemprego total no ABC, entre 2011 e 2012, ficou ainda menor, 10,1%. Os jovens entre 16 e 18 anos representaram uma taxa de desemprego três vezes maior do que a média (31,8%), o que pode ser explicado pelo fato de a maior parte deles se dedicar exclusivamente aos estudos e também à dificuldade em encontrar um emprego sem experiência.

O técnico da Fundação Seade, Alexandre Loloian, disse que a proporção de jovens que estudam e trabalham cresce conforme aumenta o rendimento das famílias, assim como os que só trabalham. Por outro lado, o desemprego é maior entre aqueles de menor rendimento familiar.

“O mercado de trabalho exige cada vez mais experiência, está havendo uma ampliação de jovens empregados, mesmo em famílias bem posicionadas. Já os jovens de renda menor apresentam um maior contingente de desempregados, o que pode ser associado, por exemplo, à dificuldade em conciliar estudos e trabalho”, avaliou.

O desemprego dos jovens também aumenta quando eles frequentam a escola (19,9%) devido à dificuldade de conciliação dos horários e o deslocamento entre o trabalho, escola e casa. A taxa de desemprego para os que não frequentam a instituição ficou em 8,7%.

A maior parte dos jovens ocupados está inserida no setor de serviços (44,8%). Já a indústria de transformação aparece como o segundo maior empregador de jovens na Região (30,5%), o que representa um valor acima do total de ocupados (27,1%) e significa que a indústria contrata mais jovens do que adultos.

O total de ocupados ficou em 87,3%. Entre os jovens de 16 a 18 anos, 35% se encontram no setor privado sem carteira de trabalho assinada. “Quanto mais precoce a inserção no mercado de trabalho, mais precárias são as funções que serão destinadas ao jovem”, afirma.

Do ABCDMaior