Não existe energia nuclear sem risco

Usinas nucleares são responsáveis por 77% da energia consumida pela França, 46% da Suécia, 27,5% do Japão, 26% da Alemanha, 19,4% dos  Estados Unidos e assim por diante, num total de 16% da energia produzida em todo o mundo. No Brasil ela responde por 2,8%.

Após o desastre nuclear com os japoneses, a reação da maior parte dessas nações foi desativar usinas, suspender a construção de novas unidades ou promover uma revisão nas que existem, enquanto aguardam mais detalhes sobre o acidente.

Mas a grande questão que permanece é se usinas nucleares são seguras ou o que ocorreu no Japão foi uma fatalidade. As discussões que seguiram o desastre já permitem duas conclusões.

A primeira é que acidentes nucleares acontecem quando a lógica de mercado é aplicada aos programas nucleares. “Os japoneses aproveitaram cada centímetro quadrado de espaço por ganância”, afirma o cientista Iouli Andreev.

O desenrolar dos fatos no Japão — um país reconhecidamente líder em tecnologia – leva à outra conclusão. É impossível gerar energia em usinas nucleares sem riscos.

“Os japoneses são gênios da técnica”, diz Keith Harmon Snow, engenheiro nuclear. “Se eles não podem fazer algo, ninguém pode. Porém o Japão hoje está em chamas”, constata.

E Snow vai além: “Alegar que um acidente nuclear sério não pode acontecer nos EUA, na Europa, no Canadá, é falso e os executivos sabem disso”.

Em consequência, o mundo inteiro revê a opção nuclear. Com a exploração de petróleo se extinguindo, pesquisar fontes alternativas de energia tornou-se ainda mais urgente.

Da Redação