Alagoas já tem 32 mortes de moradores de rua

Mais um morador de rua foi morto ontem em Maceió (AL). Foi a 32ª vítima com esse perfil assassinada este ano no Estado –31 casos ocorreram na capital alagoana.

A vítima Monique Camila dos Santos, 21 anos, foi encontrada baleada, no início da manhã de ontem em Vergel do Lago, periferia da cidade. O corpo havia sido arrastado e colocado sobre a tampa de um bueiro.

As 31 vítimas de Maceió representam 10% do total de moradores de rua cadastrados na capital alagoana em 2007 –312, de acordo com levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social. Outro morador de rua foi assassinado em Arapiraca, a segunda maior cidade do Estado.

No início da manhã de ontem outro caso de violência também foi registrado em Maceió. Um catador de latas foi espancado por três homens num bairro de classe média da capital.

José Carlos Pereira, 42 anos, foi levado em coma para um hospital da capital e seu estado era considerado grave ontem. Os três suspeitos foram presos em flagrante.

Em casos anteriores, a Polícia Civil afirmou não crer que um grupo de extermínio esteja agindo na capital alagoana. Segundo a polícia, a suspeita é que maioria dos crimes esteja ligada ao consumo de drogas e acertos de contas com traficantes.

A vítima mais recente havia sido um flanelinha, morto a tiros no dia 31 de outubro. Dois suspeitos foram presos. Em outro caso, em março, uma moradora de rua de 17 anos, grávida de sete meses, foi morta a pedradas.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Alagoas, Gilberto Irineu, afirma que, até a conclusão dos inquéritos, a possibilidade de que grupos de extermínio possam estar agindo em Maceió não deve ser descartada.

No início do mês, o Ministério da Justiça enviou para Alagoas 45 homens da Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar a Polícia Civil a concluir cerca de 4.000 inquéritos que estão em aberto, incluindo os casos dos moradores de rua.

 

Do Agora São Paulo