Sem elevador, metrô de SP faz usuário andar 2 km para acessar estação Tamanduateí

Se um cadeirante quiser entrar na estação de metrô Tamanduateí pela avenida Presidente Wilson, em São Paulo, encontra duas barreiras: uma escadaria de 52 degraus ou um papel fixado com durex avisando que o único elevador da área está em manutenção.

A estação, no bairro Ipiranga (zona sul), foi inaugurada em 21 de setembro e, ao menos desde o início de outubro, segundo relato de moradores, está com esse elevador indisponível.

Nas placas com o nome da estação, o símbolo da cadeira de rodas indica que o prédio é todo acessível, como também promete o site do Metrô: “Todos os acessos à estação (…) e demais áreas de uso público permitirão o livre acesso de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.”

Na prática, o cadeirante só pode acessar a plataforma pelo elevador da rua Guamiranga, que é separada da av. Presidente Wilson pela linha do trem (10-Turquesa da CPTM) e por galpões industriais, o que exige um percurso de 2,4 km.

Mas até esse trajeto é dificultado para quem tem mobilidade reduzida, já que muitas das calçadas, inclusive as da estação, não possuem rampas de acesso, além de terem buracos e obstáculos (postes e árvores).

A passagem de um lado para o outro do bairro sempre foi difícil nesse trecho, onde antes havia uma passarela com acesso apenas por escadas. Mas a promessa do Metrô era integrar os dois lados do bairro com uma passarela acessível para todos.

Queixa
Moradores reclamam do fechamento do elevador por tanto tempo. “A sensação dos moradores do bairro é que inauguraram a obra com muitas pontas soltas”, diz a fonoaudióloga Susana Garcia, 39, que mora a duas quadras do metrô e costuma ir ao shopping Central Plaza, do outro lado da passarela, para ir ao banco e ao correio.

Ela tem um filho de um ano, que não sabe andar e precisa de ser levado no carrinho de bebê. “Não frequento o outro lado do bairro como eu gostaria por falta de acessibilidade.”

O Metrô disse que o elevador está com falha em componentes eletrônicos, mas que uma empresa já foi contratada para fazer os reparos e ele estará funcionando de novo até sexta-feira. Segundo a companhia, esse período de um mês foi necessário para procurar uma empresa que fizesse os reparos.

 

Da Folha Online