Média de problemas na Linha 3 do Metrô-SP cresce 14%

A média mensal de problemas com trens da Linha 3-Vermelha(Corinthians/Itaquera – Palmeiras/Barra Funda) do Metrô é a mais alta pelo menos desde 2008 e cresceu até 14% em relação a 2009, segundo Relatório de Ocorrências do Sistema, obtido com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo. A situação provoca paralisações e aumento no tempo de viagem dos passageiros. Os trens também estão ficando mais tempo parados no pátio e há três anos não conseguem atingir a meta de circulação estipulada pelo próprio Metrô.

Essas ocorrências envolvem principalmente problemas em portas, freios, fornecimento de energia e ventilação. Entre esses episódios estão desde paradas de alguns minutos até casos em que os trens têm de ser esvaziados e levados para o pátio. No dia 21, uma pane em um dos trens provocou um efeito em cascata e parou toda a linha por mais de duas horas, afetando 250 mil pessoas.

A Linha 3-Vermelha é o ramal de metrô mais carregado do mundo. Foram transportados 1,4 milhão de passageiros por dia no primeiro semestre. Nos horários de pico, a ocupação chega a 9,8 passageiros por metro quadrado – o número aceitável pelas organizações de saúde é 6. “Qualquer sistema que opera no limite está sujeito a apresentar falhas”, diz o ex-engenheiro do Metrô e mestre em Transportes Horácio Augusto Figueira. “A Linha Vermelha está no limite, o que aumenta a possibilidade de falhas.”

O Metrô nega que as falhas registradas recentemente tenham relação com o volume de passageiros transportados e, procurado pela reportagem, não quis comentar o Relatório de Ocorrências do Sistema. A companhia também informa que elevou os gastos com manutenção – de R$ 541 milhões no ano passado para R$ 621 milhões (projeção deste ano) – e lembra que desenvolve rigorosos processos de manutenção – preventiva, corretiva e preditiva.

Da Agência Estado