Explosão mata dois metalúrgicos do Setor Naval em Niterói

O Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói está de luto junto com a família dos companheiros Luiz Antônio Miguel e Nilson José Correa mortos em uma explosão, no dia 3 de agosto, no tanque do navio Auk Arrow de bandeira panamenha, que estava em reparo no Estaleiro Enavi/Renave.

Os funcionários feridos foram: Maurício Sergio Pereira (Engersea); Aldir Anselmo (Engersea); Luiz Gustavo da Silva Alves (Engersea); Marcos Antônio Correa Machado (Engersea); Miguel Lopes (Engersea); Dayvison da Silva Paiva (Enavi); André Luiz do Amaral Novais; César Ferreira. Alguns destes ainda se encontram em estado grave no hospital.
 
Em nota, a Capitania dos Portos informou que a explosão aconteceu durante reparos da embarcação e logo após o acidente uma equipe de Inspetores Navais foi até o local fazer uma perícia. Na manhã do dia seguinte outra equipe também foi ao local realizar outra perícia. A Capitania dos Portos tem 90 dias para apresentar o resultado da perícia informando a causa da explosão.
 
Uma avaliação preliminar, que já havia sido feita também com a presença de integrantes do Sindicato dos Metalúrgicos, detectou, entre outras irregularidades, que o estaleiro, hoje com cinco navios para serem executados reparos navais, possui apenas três oxímetros (aparelho que verifica o controle de gases em espaços confinados e indica se pode ou não ser utilizado um maçarico ou outros apetrechos), quando o certo seriam 50. Existe a hipótese de um maçarico ter sido esquecido ligado no dia da explosão.
 
“Isso não poderia nunca ter acontecido. Um local com cinco navios para serem reparados deveria ter pelo menos 50 oxímetros e todos os outros equipamentos funcionando. Em outros estaleiros de porte menor em Niterói já se encontra esse tipo de equipamento funcionando. Esse quadro tem que mudar. Já sabemos que existia apenas um técnico de segurança no local e nem mesmo o controle de quem estava trabalhando dentro do tanque eles tinham. Sabemos também que eles contratam pequenas empresas de antigos funcionários que não são legalizados, pagam abaixo do salário e contratam sem especialização”, denuncia o vice-presidente do Sindicato, Edson Carlos.
 
A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí é a favor do emprego seguro, a integridade física deve estar em primeiro lugar. Na Assembléia que foi feita na manhã após o acidente, recebemos reclamações de trabalhadores que afirmaram que a supervisão não permite a fiscalização por parte da segurança de trabalho. Enavi/Renave uma empresa recordista de acidentes graves de trabalho em Niterói deveria cobrar do pessoal no cargo de chefia mais responsabilidade em segurança no trabalho.

De CNM/CUT